O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Génio de Allen


Já tinha falado de Allen a propósito das nomeações para os Óscars. Cada vez mais me apercebo que já não é cool ou politicamente correcto gostar dos filmes de Allen. Quando surgiu a contar-nos as histórias de Manhattan e Annie Hall, todos se aperceberam que estavam perante um cinesta de excepção e uma verdadeira promessa. Daí para a frente, os filmes interessantes, a adesão e o reconhecimento passaram a ser uma constante. Mas tendo em conta que o público rapidamente se farta da genialidade, os seus filmes deixaram de ser tão mainstream. Isso reflecte-se nas receitas de cada filme de Allen: com orçamentos a rondar os 10 milhões de dólares, receitas que nem sempre se transformam em lucros, perguntam-se vocês porque é que se continuam a financiar os seus projectos? A resposta é simples. Porque quem os financia, sabe o quanto nós devemos à sua obra, sabem que Allen faz falta, que devemos aproveitar o seu fim de carreira, da mesma forma e com o mesmo entusiasmo que se fez no seu início. Os seus detractores, podem nunca vir a gostar da sua obra, da sua abordagem, da sua escrita, mas quem já a seguiu, garanto que vai ter saudades do seu filmezinho anual. Até dos mais fracos.

href="http://www.imdb.com/title/tt0497465/"> Vicky Cristina Barcelona claramente não é um destes casos. Apesar de os ingredientes comuns a todos os seus filmes estarem lá, há qualquer coisa que o eleva acima dos mais recentes. A narrativa é fluída, a história é encruzilhada, os actores (vazios dos seus maneirismos, mas cheios dos de Allen) são de excepção, os diálogos precisos, e o humor como o que nos habituou, está no seu melhor. Prova disso é que Allen conseguiu transformar Penélope Cruz, que não é a mais amada das actrizes, na mais falada deste ano, por um papel irrepreensível que lhe valeu nomeação ao Óscar.

Para todos os que têm saudades da Nova Iorque de Allen, o regresso à sua cidade já está em pós produção, e os que ainda vibram com a sua obra, estão em antecipação.




Entre Dos Aguas - Paco de Lucía

2 comentários:

Maria Pinto Elyseu disse...

quando for grande quero trabalhar com este Senhor... achas que tenho hipotese?

ZEP disse...

só achei um bocadinho cartão postal de Barcelona... provavelmente alguma cedência em prol do orçamento...