O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

2012


"Este é o meu último filme apocalíptico", diz Emmerich, obvia e reiteradamente devoto do tema; depois de "O Dia da Independência", "O Dia Depois de Amanhã" e agora "2012", vai parar de fazer filmes com datas certas para o mundo acabar. O ponto de partida agora é o chamado fenómeno 2012, que consiste no conjunto de crenças (que remontam ao calendário Maia) assim como teorias científicas, que devido à emissão de chamas solares numa dimensão sem precedentes, causarão o fim do mundo como o conhecemos no ano de 2012. No centro de tudo está, para não variar, uma família americana, esteriotipada de pais divorciados, criança revoltada, novo marido, casa de madeira, relvado verde e restruturação familiar em tempo de crise. Também não convém esquecer que o pai de família, personagem principal da história, é um escritor semi-falhado que tenta avisar todos do cataclismo iminente. Não gozo na descrição, porque a história central parte e gira em torno disto, pelo que podia estar a descrever qualquer dos anteriores filmes de Emmerich, realizador Austríaco, que parece ter abraçado de alma e coração a nação americana de uma forma estranha: o patriotismo é exagerado e a concretizção nauseabunda. Enaltece-os para os dizimar; não só ao povo como aos seus monumentos. Já não podemos contar quantas maneiras foram empregues para destruir O Us Bank Tower, o Washington Monument e a pobre da Casa Branca(ver vídeo acima). Tudo isto para apontar o pior, ou menos louvável de 2012. Quando entramos na sala, sabemos perfeitamente para o que vamos, e nesse sentido não nos podemos achar desiludidos: 2012 dá-nos o que fomos procurar, porque para quem vê o trailer não vai ao engano. Explosões, personagens de cartão, cenas de uma americanada desconfortável, efeitos especiais de ponta: tudo aquilo que 250 milhões de dólares podem pagar, e que Roland Emmerich consegue misturar e cozinhar em duas horas e meia de filme. Dizer que isto não é cinema não é justo, porque se for um tema ou um formato que não nos fascine, então não vamos. Se formos do género que embora preferindo um filme mais intelectualmente desafiante, gostemos de ver um episódio de domingo à tarde, então 2012 não pode nem surpreende pela negativa, pois é o exemplo do género médio que representa.

Master Of Shadows

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