Sam Mendes voltou. Quem estiver minimamente familiarizado com a sua curta mas significante carreira, reconhece que este é, de facto, motivo para correr para o cinema. Não sei se se torna padrão, mas tem sido comum ao autor filmar histórias trágicas, pesadas e com substância. Tendo Mendes entrado pela porta grande, com um dos melhores filmes alguma vez feitos, Beleza Americana, parece quase injusto que um filme fora do vulgar como Revolutionary Road seja considerado menor em comparação. De qualquer forma, é quase impossível não estabelecer paralelismos entre um e outro.
Em plena década de 50, Frank e April Wheeler, mudam-se para um suburbio no Connecticut encorporando, à superfície (como o é sempre) o ideal americano. A família feliz, a casa ideal, os filhos desejados, os vizinhos presentes. O ideal americano, ou o esforço para o atingir e a consequente e lógica teatralidade, sempre degenera numa podridão, num colete de forças INvisível, que não é mais que o maior medo da grande parte da sociedade em qualquer época: a banalidade, a rotina, a falta de espontaneidade e a percepção de que não querendo deixar uma marca perene exterior, a realização interior também não terá lugar. É este o centro de Revolutionary Road, dissertação (não original mas maracante) sobre a pressão posta no instituto de casamento e de relação feliz, em que o tiro sai pela culatra.
A título de curiosidade, o filme é realizado por Sam Mendes, actual marido de Kate Winslet. Este marca o primeiro reencontro na tela de Winslet e DiCaprio, como casal, e Kathy Bates como secundária 12 anos após Titanic. Há outras curiosidades, que não vou aqui revelar, porque iria estragar o elemento surpresa da história, mas que por coincidência ou não estão lá também.
Nomeações para os Óscars:
-Melhor Actor Secundário - Michael Shannon;
-Melhor Guarda-Roupa;
-Melhor Direcção Artística
Nota: Kate Winslet não foi nomeada por este seu papel (não obstante o ter sido, e ter ganho o globo de ouro) porque a Academia decidiu antes nomeá-la por The Reader- O Leitor, por não permitir que um actor seja nomeado duas vezes na mesma categoria]
End Title From Revolutionary Road
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
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3 comentários:
2º parágrafo revela uma fantástica capacidade de copy paste do autor deste post.
boa vasco é assim mesmo!
não copiei não pasteei, pah, deixei-me levar!
eu bem q desconfiava.... tanto palavreado rico e uma abordagem do enredo tão bem feita, não podia vir daquela cabeçinha... obrigada ravara!
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