O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Revolutionary Road

Sam Mendes voltou. Quem estiver minimamente familiarizado com a sua curta mas significante carreira, reconhece que este é, de facto, motivo para correr para o cinema. Não sei se se torna padrão, mas tem sido comum ao autor filmar histórias trágicas, pesadas e com substância. Tendo Mendes entrado pela porta grande, com um dos melhores filmes alguma vez feitos, Beleza Americana, parece quase injusto que um filme fora do vulgar como Revolutionary Road seja considerado menor em comparação. De qualquer forma, é quase impossível não estabelecer paralelismos entre um e outro.

Em plena década de 50, Frank e April Wheeler, mudam-se para um suburbio no Connecticut encorporando, à superfície (como o é sempre) o ideal americano. A família feliz, a casa ideal, os filhos desejados, os vizinhos presentes. O ideal americano, ou o esforço para o atingir e a consequente e lógica teatralidade, sempre degenera numa podridão, num colete de forças INvisível, que não é mais que o maior medo da grande parte da sociedade em qualquer época: a banalidade, a rotina, a falta de espontaneidade e a percepção de que não querendo deixar uma marca perene exterior, a realização interior também não terá lugar. É este o centro de Revolutionary Road, dissertação (não original mas maracante) sobre a pressão posta no instituto de casamento e de relação feliz, em que o tiro sai pela culatra.

A título de curiosidade, o filme é realizado por Sam Mendes, actual marido de Kate Winslet. Este marca o primeiro reencontro na tela de Winslet e DiCaprio, como casal, e Kathy Bates como secundária 12 anos após Titanic. Há outras curiosidades, que não vou aqui revelar, porque iria estragar o elemento surpresa da história, mas que por coincidência ou não estão lá também.

Nomeações para os Óscars:
-Melhor Actor Secundário - Michael Shannon;
-Melhor Guarda-Roupa;
-Melhor Direcção Artística


Nota: Kate Winslet não foi nomeada por este seu papel (não obstante o ter sido, e ter ganho o globo de ouro) porque a Academia decidiu antes nomeá-la por The Reader- O Leitor, por não permitir que um actor seja nomeado duas vezes na mesma categoria]

End Title From Revolutionary Road

3 comentários:

ravaroni disse...

2º parágrafo revela uma fantástica capacidade de copy paste do autor deste post.
boa vasco é assim mesmo!

Vasco Cid disse...

não copiei não pasteei, pah, deixei-me levar!

Francisca CN disse...

eu bem q desconfiava.... tanto palavreado rico e uma abordagem do enredo tão bem feita, não podia vir daquela cabeçinha... obrigada ravara!