O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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sexta-feira, 20 de março de 2009

Casa


"Home is where the heart is", é o que se diz e não posso concordar mais. Antes de considerar o meu país como a minha casa, patriota extremista que sou, poucas coisas me fazem sentir melhor do que cada vez que regresso à terra que me viu crescer, em que vivi alguns dos melhores momentos da minha vida. Se bem que aqui tudo já não é o que era, a verdade é que algum do fascínio que ainda me atrai (e a outros) não desapareceu; é-me inato sentir-me cá bem, mesmo quando não há nenhuma ocasião especial que aqui me traga. Simplesmente entrar em minha casa, sentir o seu cheiro característico, lembrar momentos que as muitas fotografias não capturaram é, como calculam, inestimável.

Neste ponto, eu e os irmãos concordamos em pleno: a liberdade, os privilégios, as facilidades e a felicidade que tivemos ao crescer aqui não podem ser comprados nem descritos. Por razões óbvias, enquanto cá vivi (até aos 17) sonhava com o dia em que iria viver para Lisboa, mudar de ambiente, e estar mais com os meus amigos de lá. A seu tempo aconteceu, e foi na altura perfeita. Hoje, tenho plena conciência que a minha vida será por razões pessoais e profissionais feita em Lisboa, não cá, mas ninguém me tira os momentos que cá vivi, as pessoas que cá conheci e a identidade que cá foi crescendo comigo. As circunstâncias da vida tudo mudam, há coisas que não podem ser revividas, costumes que se perderam, pessoas que nos foram tiradas; muitas outras irão ser vividas, cimentadas, capturadas e recebidas; não qualitativamente melhores mas na sua medida diferentes e extraordinárias.

É por isso tão bom voltar a este bocado de terra tão característico e nostálgico que não nos deixando reviver muito do que queremos, nos faz sentir tão bem e tão seguros, na sua fortaleza invisível.

You Found Me

5 comentários:

Tomaz Mesquitella disse...

Que bela terra essa a tua! Penso que nessa placa falta aí geeente...

Apesar de não ter nem crescido nem vivido aí, coseguigo perceber em parte o que escreveste. Mais que não seja porque percebe-se bem quando estamos contigo aí!

Maria Pinto Elyseu disse...

humm... Vasquinho! Que bonito!

Mesmo a 500 km de distância senti cada palavra tua com a emoção devida!

Que venha de lá um fim-de-semana em grande nessa grande e mágica terra!

Miss you boy!
Beso

Francisca CN disse...

aposto que te vieram as lágrimas quando escreveste isso... menina!

Anónimo disse...

Embora chamusquense de fim-de-semana e com mais regularidade agora do que há uns anos atrás, concordo absolutamente contigo.

Grande Abraço,
Diogo

DGC disse...

Não há nada melhor que a Chamusca!