O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Como Vemos o Futuro Desde o Passado?


Projecções do futuro, sempre o Homem as fez. Com o avanço da tecnologia, mais se entende que as conjecturas são certezas, e que o prazo para a sua concretização é mais preciso. A forma mais comum de explicitar essas mesmas conjecturas é através da sua transposição para o écran, que a televisão e o cinema têm feito de forma mais ou menos precisa, com ou sem dramatizações. Por razões óbvias de trama, o que vemos hoje como facilitismos trazidos pelo desenvolvimento tecnológico vão jogar contra nós, controlando-nos e dominando-nos. Tudo isto envolto num futuro que se prevê escuro, chuvoso, violento e pessimista.
Ontem vi Babylon A.D., filme que me suscitou uma curiosidade enorme por ter descoberto, há uns tempos e por acaso, a sua banda-sonora, que desde logo me cativou. Como o próprio título indica, a sociedade mundial vive numa Babilónia que espera pela vinda de um novo dia que traga esperança para a humanidade. O filme, tal como previa, é o lixo que poderia não ter sido, um retalho de estilos e um desfile de ideias mal concebidas; mais um caso em que a superior banda sonora está desperdiçada (Agnus Dei).
A evolução da História, cíclica como se tem mostrado, só no faz crer que sempre que o Homem se recompõe de uma era negra, e desenvolve uma de prosperidade, deslumbrado pelas suas capacidades, cedo será de expectar que entre em retrocesso. É esta a ideia que está na base deste filme e, se bem virmos as coisas, a de qualquer filme de ficção científica. É complicado que qualquer filme que conte uma história passada 30 anos no futuro, tenha um ponto de vista diferente, ou mesmo completamente alheio a este princípio. O Homem, enquanto ser racional que é, sabe que no cômputo final, a recessão global virá, o que o cinema e a televisão nos têm feito é sugerir cenários e prazos possíveis para isso. A inteligência artificial vai-nos dominar, a depressão vai ganhar terreno, a selvajaria e a escuridão virão a reboque. É o que nos fazem crer.

Babylon Requiem

Sem comentários: