O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"...that's the thing i love about NY. Everyone is not from here"

Nova Iorque. Capital do mundo, aglomerado de povos, mescla de espaços, amálgama de religiões, inevitável e indiscutível centro de fascínios e paixões - nada espanta que tenha um esforço cinematográfico que vá demonstrar, ainda que tardiamente, o amor por esta cidade. Narrativamente inconvencional, o puzzle de curtas histórias e diferentes núcleos cruza-se quando assim tem de ser, ou quando a sorte assim o determina. De homenagens, declarações e postais está a cidade farta, pelo que serve este esforço não como palavra final e definitiva mas como mais uma. A ideia por detrás deste projecto não poderia ser mais inteligente ou racional: a cada realizador de cada uma das 11 curtas, foram dadas 3 linhas de orientação, filmar em 24 horas, montar numa semana e introduzir um sentimento de um determinado bairro. O que todos mais sabemos, repetimos e aqui ouvimos é que o que mais se gosta em Nova Iorque, é o facto de nunca se saber quem se encontra e onde se encontra; todos são estranhos e por esse afastamento compelem a aproximar-se. Esse fio condutor está presente numa hora e meia de filme que numa sucessão de estilos e histórias, filmados com uma fotografia penosamente desinteressante é suficiente em cada segmento, mas insuficiente num todo. Além de um factor importantíssimo e estranhamente ausente: a falta do lado cosmopolita, atraente e quente pelo qual a cidade é conhecida.
New York, I Love You não vai poder admitir nunca reacções polarmente opostas, tão pouco extremistas. É um filme-puzzle, em que cada história é quase autónoma, o que é simultaneamente uma grande força e uma grande fraqueza.
Se tiver que destacar uma curta, não hesitaria em escolher a realizada pelo superior realizador indiano Shekar Kapur, que dirige Julie Christie, Shia LaBeouf e John Hurt num pequeno mundo que parece a milhas de distância de Nova Iorque, mas que pela sua força e singularidade, é um filme ainda mais distinto, dentro desse já tão diferente puzzle.

Let's Do It, Let's Fall In Love

1 comentário:

Maria Pinto Elyseu disse...

Pleaaaase do it, let's do it... let's fall in loooove!

Quando pude ler, depois do desastre, a minha Mãe deu-me vários livros, águinhas com açúcar melancólicas que me bastavam.

O segundo que li, ainda que não seja genial, que a previsibilidade do desenrolar seja total e absoluta, e que não passe de um romacezeco de trazer por casa, tem um parágrafo que passado 4 meses me tira o sono.

"Porque é que um homem com tanta alegria de viver se apaixonaria por uma mulher insípida como a mãe? Mas também, o que é que leva um homem a apaixonar-se por uma mulher? Pieta tinha quase trinta anos e não sabia"

Achas que alguma vez alguém vai saber porque é que nos apaixonamos?
E porque é que é aquela covinha na bochecha que nos põe a cabeça a andar à roda?

Porra!
Let's fall in love,
please!