Não, não é a tomatina de Buñol, nem uma briga de noite entre forcados e equipas de rugby, o amasso aconteceu mesmo na cara de Berlusconi. O actual Primeiro-Ministro italiano, figura mediática e singular ocupando ou não aquele cargo, volta a estar em polémica por ser alvo, literalmente, das atenções.
Ontem, à saída de um comício foi agredido com uma miniautura do Duomo, ou esmurrado, as opiniões divergem (?!). O agressor foi imediatamente identificado e detido. O motivo que o levou a atacar Il Cavaliere pode ter a ver com o seu desempenho enquanto chefe de estado, presidente do AC Milan ou principal accionista da Mediaset. Não deve faltar quem se ache lesado ou mal representado, mas nem o que já foi unânimemente classificado como acto de terrorismo foi suficiente para fazer recuar Berlusconi que, mesmo com a boca ensanguentada, nariz e dois dentes partidos, teve forças para se levantar e mostrar a todos que estava bem.
Com um ano e meio de cargo já acumulou mais peripécias mediáticas do que muitos chefes de estado no final de carreira. Assim que me lembre, de repente, só Bush conseguiu proeza parecida; mas enquanto aquele ficava na memória por gaffes seguidas e absurdas que roçavam a imbecilidade, este demarca-se pela lata e frontalidade com que fala de quem e do que lhe apetecer. Indiferente ninguém lhe fica, é impossível, nem Isabel II se deixou ficar quando, na fotografia de família da cimeira dos G20, Berlusconi gritou "Mr. Obama! Mr. Obama!" e HRH se voltou para trás e disse para quem quisesse ouvir, "why does he have to shout?"
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
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