O terror é difícil de abordar. Por outra, é difícil de o tornar eficaz. Nas décadas de 70, 80 e 90, Hollywood aterrorizou verdadeiramente o mundo com filmes com premissas mais ou menos verosímeis, que pela novidade cumpriram o objectivo a que se propuseram. Nos dias de hoje não é tão fácil; o género está gasto, banalizado e com má reputação graças a incursões disparatas e desnecessárias que afastaram os aficionados do género.
Eis que Scorcese, em 2010, resolve adaptar o romance Shutter Island de Dennis Lehanne, ensaio sobre a loucura e a esquizofrenia que trazem por arraste o terror, filmado com a paixão inconfundível do realizador de Taxi Driver. Shutter island não é um filme para todos. Não é terror simples, não é psicologia olvidável, nem é para o estômago de todos. Mais uma vez nos é dada uma lição de como embrenhar o espectador numa história, pondo-nos tão à deriva como os personagens em si, questionando tudo, não acreditando em nada, fazendo de nós detectives no limbo da sanidade, em que a solução só nos é revelada (definitavemente) quando o realizador quer.
Se há previsibilidade, é discutível; não havendo, é bom. Havendo, melhor ainda. se calhar estamos mais envolvidos do que achamos.
Zepp Overture
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
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