segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Austrália De e Por Baz Luhrman
Sete anos após Moulin Rouge, baz Luhrman regressa à cadeira de realizador, desta vez com um tema que lhe diz mais ainda que os anteriores: Austrália, a sua terra Natal. Como seria de esperar, todos os profissionais envolvidos, desde o elenco à equipa técnica são australianos, todos lutando para fazer o melhor para vender o seu país, contando uma história que nos faça lembrar que há mais lá que cangurus.
No filme, realmente há bastante mais que cangurus, resumido-se a sua intervenção a uma cena genial; mas não há tanto mais quanto seria de esperar. O que temos aqui é um bom filme, é verdade. Luhrman quer reviver, e fá-lo bem, todos os grandes clássicos da época de ouro do cinema, não plagiando ou imitando, mas prestando-lhes a devida homenagem. Aquilo a que Luhrman se propõe e não cumpre é fazer deste épico um acontecimento tão marcante e grandioso como os filmes que homenageia. A culpa não é de uma falta de ritmo, mas antes de uma decisão de que tipo de filme quer fazer e de como o filmar. A primeira meia hora, parece retirada dos excessos estilísticos de Moulin Rouge, que não têm aqui o encanto do musical, jogando antes contra o épico. Depressa Luhrman se redime e aborda a história como deve ser. Kidman e Jackman estão irrepreensíveis nos seus papéis (ela peca por algum overacting no início, mas lá se acalma) e o pequeno aborígene que é suposto comover-nos, tão depressa o faz isso mesmo, como o oposto. O factor místico/cultural associado à Austrália é o que mais vai distanciar o público da história. Acho bem que se mantenham na história todas essas características culturais do povo aborígene, mas chega a roçar o ridículo transformando uma cena impressionante (a da debandada do gado) num momento que até o mais transigente se vai ver desafiado a aceitar.
Austrália está longe de ser um mau filme. É um filme Bom. Mas não é bom filme suficiente que faça renascer os grandes roamances épicos, como tinha obrigação. Baz é capaz de bem melhor. Mais tempo dispendido no argumento e na contenção estilística tinham benificiado o filme, que ainda assim nos faz assistir por quase três horas a uma bela história, bem filmada, melhor representada e algo nostálgica.
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