O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ao Som da Estação

Depois de um mês de ausência, marquei o regresso por mostrar a imagem e o som do verão. Mas, querendo voltar a escrever regularmente no blog, e não querendo manter-me sempre na mesma área, reparo que é complicado, senão mesmo impossível. Dou por mim a ouvir uma meia dúzia de músicas repetidamente, sabendo que ficaram elas associadas a pessoas, coisas e sítios deste meu último(?) ano de soltura.

Tomb Of The Primes - Steve Jablonsky
Uma vez mais Steve Jablonsky volta a lançar um trabalho em plena época balnear, que teima em manter-se na cabeça (minha e não só). Este é um tema que ao lado de Infinite White, se destacam tanto no tom, como no estilo de um álbum bastante heterogéneo. Cada vez mais em músicas instrumentais, as vozes femeninas têm presença por forma a transmitir a ideia de calma e tranquilidade. Não fugindo esta peça à regra, nem ao pastiche da Media Ventures, vale por si só como uma entrada marcante e significativa.

Alguém Me Ouviu - Mariza e Boss AC
Se este dueto é improvável, mais ainda foi a minha reacção ao produto final. Cantarem simultâneamente, seria impossível, porque os estilos de ambos são diametralmente opostos; a solução foi a óbvia: cantarem alternadamente, num meio caminho entre estilos, palavras e sentimentos. Vejo-me claramente inclinado para as partes de Mariza, não por gostar de fado, (mas não do dela), mas porque é indiscutívelmente a parte mais forte, até a nível musical, os incontornáveis e essencias violinos e a típica e inigualável guitarra portuguesa. Foi, sem sombra de dúvida, a música mais marcante que ouvi nos últimos tempos; é uma rendição total e absoluta que não diminui, e prova que por mais detractor que possa ser da música comercial portuguesa, sei ceder e render quando a qualidade fala por si.

Favela Escape - Craig Armstrong
Quanto à música anterior falei de rendição. Não foi exagero; mas se essa palavra foi bem empregue, terei que descobrir uma outra mais forte e significativa que chegue para descrever esta música. O filme de que faz parte é de qualidade francamente duvidosa, mas quando pela primeira vez a ouvi, há cerca de 9 meses, "rendi-me" por completo. Armstrong voltou a empregar o seu estilo percussivo, juntando uma orquestra de violinos, criando um tema poderoso, marcante de fácil compreensão e memorização, mas de desafiada degustação. Recomendo, obviamente que ouçam a música na sua totalidade, mas a maior e última riqueza da mesma encontra-se de 1:15 a 1:42.

I60 BPM - Hans Zimmer
Que Zimmer é um incontornável nome da composição não é segredo, muito menos o seu talento. A razão pela qual é considerado, cada vez mais como o mais influente compositar da cena internacional, prende-se com a sua versatilidade já provada, ainda que mantendo o seu estilo. Este I60BPM, é uma obra complexa, mas de atenção merecedora. A forma como os coros se misturam com a eclética percussão e o omnipresente sintetizador, numa composição irregular mas plenamente coerente, é digna de nota.

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