O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A Lei dos Sacanas

Tarantino fê-lo outra vez. Poucos são aqueles que se podem dar ao luxo de a cada filme novo criarem uma identidade para a sua década, independentemente do tema ou de mediatismo do mesmo. A obra do realizador, embora pouco numerosa, é suficientemente diversificada, mas coesa pelo não-abandono do estilo.

Estamos em plena Segunda Guerra Mundial quando dois núcleos separados convergem com o intuito de acabar com a vida de Hitler e os seus aliados políticos. Dividido em cinco diferentes capítulos, o filme de Tarantino não obedece à típica norma de pôr todos os intervenientes a falar inglês numa França ocupada; cada personagem fala a sua língua, e desenvolve-se com as possibilidades e limitações que isso comporta. Tarantino foi fidedigno neste ponto específico não o sendo noutros, mais concretamente nas liberdades históricas (não falando nas estilísticas) que toma. Uma vez mais as personagens principais são fortes de carácter, decididas e empenhadas em cumprir o objectivo a que se compremetem quando aparecem, não há surpresas: Tarantino, pura e simplesmente nos surpreende com reviravoltas de história, os objectivos querem-se cumpridos, os vilões punidos e redenção e perdão não devem existir.

Goste-se ou não do estilo, da narrativa e dos filmes de Tarantino, não pudemos é negar que irreverência e talento não lhe faltam por até agora, e ainda bem, não abrandou nem desiludiu. Se é preciso esperarmos 4 a 5 anos por um seu filme, que seja, antes isso e termos uma obra coesa do que vários desnexos como acontece a tantos outros. Este Sacanas Sem Lei já teve o seu devido e merecido reconhecimento no Festival de Cannes, a temporada de prémios no final do ano encarregar-se-á do resto, mas decerto que esta entrada superior não será ignorada.

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Il Tramonto

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