Aqui há uns tempos fiz um post dedicado a um novo compositor que tinha redescoberto. Brian Tyler mereceu-o, porque continua a ser presença indispensável nas minhas listas, mas ao ter-lhe feito um post, não poderia, porém descurar outros. Tyler está longe de ser o meu compositor preferido, John Powell, James Newton Howard e Trevor Rabin continuam a ocupar esses lugares. De qualquer forma, nos últimos tempos, cada vez mais me tenho vindo a aperceber que desse topo, senão mesmo na frente deverá estar um artista cujo talento e trabalho tem dado provas mais que provadas. Falo de Craig Armstrong. Este escocês tem a sua formação na Royal Academy of Music, e a sua experiência não se ficou somente pela composição clássica. Colaborou com diversos grupos de electronica, mais concretamente com os Massive Attack. Para o público em geral, é bem capaz de ter sido essa a área em que mais se destacou. Para mim, porém, e previsivelmente, foi na composição clássica.
Todos os compositores têm um óbvio fio condutor, um estilo a que obedecem; estilo por si definido ou em si criado pela formação músical que tiveram. Num texto que há alguns tempos li, falava-se de como cada compositor se tornava identificável por mais eclécticos e díspares que os seus trabalhos fossem, mais longe ainda ia a opinião(que subscrevo) que há um quê da etnia que se mantém. John Williams identifica-se à légua como Americano: as fanfarras que escreve, os instrumentos que usa, são apelativos mas na sua maioria pouco sumarentos. Hans Zimmer, por seu lado tenta fazer o mesmo, mas como a sua influência germânica pesa bastante, existe um cruzamento de vivências e estilos que resulta numa riqueza maior, ainda que mainstream. Armstrong transparece a sua influência britânica em cada nova partitura. Sendo todos os seus trabalhos, maioritariamente intimistas, talvez seja por isso que não estejam tanto no ouvido e no conhecimento de todos.
Armstrong compôs um inacreditável Bolero para o conhecidíssimo Moulin Rouge que passa assim que o filme termina. Em 7 minutos de música, Armstrong compõe a tragicidade que Baz Luhrman filmou. Em Elizabeth: The Golden Age, Armstrong herdou a batuta de David Hirschfelder, nomeado a um Óscar, e tendo umas altíssimas expectativas para igualar, superou-as de longe. Compondo a meias com A.R. Rahman, surgiu aquele que talvez seja o melhor e mais coerente trabalho de ambos: uma soberba obra que mistura os dois estilos, para uma história de época. Opening, Bess and Raleigh Dance, Mary's Beheading, Bess to See Throckmorton, Closing falam por si. Até para um filme de qualidade menor como The Incredible Hulk, Craig criou uma partitura de tal forma superior que convenceu o estúdio a editá-la numa edição de 2 discos e 45 faixas. Em poucas semanas, tornou-se das bandas sonoras mais vendidas da História. Já por duas ocasiões diferentes, publiquei aqui uma das minhas composições preferidas de sempre, precisamente deste filme, chamada Favela Escape. Quase tão boa é The Flower. I Can't, Bruce And Betty, Give Him Everything You Got, são igualmente muito boas.
Se realmente este for um post que lhes faça sentido, não deixem de descobrir ou redescobrir este compositor. Garanto-lhes que vale bastante a pena.
Mãe, muitos parabéns pelo dia de hoje.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
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