O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Tradição

Já não é a primeira, e por certo não será a última vez que abordo um assunto relacionado com o lugar de onde vim. Uma das razões pela qual gosto tanto da Chamusca é a de haver tantas tradições, que por mais que o tempo passe, todos se oferecem a manter. Talvez a mais característica seja a forma como vivemos a tradição desta Semana que passou, particularmente a Sexta-Feira Santa. A descida do Senhor à tarde e a procissão à noite aproxima todos aqueles que com esta tradição cresceram, quer na fé quer na ritualidade da abordagem. A procissão dos painéis, das velas, lanternas, pálio e imagem está-me tão presente desde miúdo como em todos aqueles que por cá cresceram ou viveram “directa ou indirectamente”.
A questão da tradição, como deve ser mantida, o que deve ser alterado e como, é um assunto complexo e alvo das mais diferentes opiniões. Este é um dos casos que acredito que nada deve ser mudado. Foi essa mesma ritualidade na abordagem que manteve tantos fiéis a esta semana tão importante na vida de qualquer cristão. A tentativa e a efectiva alteração ou inclusão de certos desnecessários protocolos não é vista com bons olhos, mas acredito que se a tradição se manteve tão inabalável e perene passados tantos anos, a esta provação também subsistirá.
Por certo, todos os que de perto conhecem esta tradição esperariam que abordasse os cânticos entoados nessa quase cerimónia maçónica e repetidos na procissão. Não irei logicamente fazê-lo, não é desrespeito, não é lacuna. É enquadramento.

The Citrine Cross

1 comentário:

Anónimo disse...

Primo,

Como já falámos não posso estar mais de acordo contigo, pena é que algo que levou tantos anos e tantas gerações a ser construído e que traz consigo uma carga simbólica tão grande, possa ser posto em causa por meia dúzia de iluminados que, sem qualquer respeito por uma tradição tão antiga, resolvem ‘modernizar’ com o único intuito de deixarem a sua marca (independentemente desta ser positiva ou negativa).
De qualquer das formas esta continua a ser uma das alturas em que mais gosto de ir à chamusca, esperemos que mesmo com estas modernices daqui a uns anos te possa continuar a dizer o mesmo.
Grande Abraço,

Diogo