O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Prescrição Sabe Sempre a Azedo?

A época das grandes sitcoms morreu. A comédia de situação é um formato que está em extinção, não pela falta de qualidade, mas pela necessidade de mudança. Quando antigamente falávamos de séries de televisão, pensávamos logo no Friends, Seinfeld, Fawlty Towers, All in The Family, Soap, Will & Grace, Family Ties, Frasier, etc. cujo marco estava não só na qualidade dos textos como na forma em que as víamos. Um episódio por semana era a dose ideal para manter o interesse, pelo facto de não assentarem numa continuidade específica; cada episódio valia por si próprio, e poderia ser, na maioria das vezes, visto fora de sequência. Antigamente, víamos nas séries de televisão escapatórias mais levezinhas e curtas para o que tínhamos no cinema. Hoje, já não é uma escapatória, mas uma clara alternativa. Já deve ter acontecido a todos olhar para os filmes que estão em cartaz e não apetecer ver nenhum.
Se é verdade que nos apercebemos que, cada vez mais, a televisão está na vanguarda da qualidade (mas se ela não for bem gerida, pode estragar a matéria-prima), também sabemos que muito importante é também saber que nem todas as séries podem durar mais do que umas tantas temporadas. Veja-se o caso de Prison Break: uma premissa extraordinária, uma primeira série soberba, mas que a partir da terceira tornou-se repetitiva, aborrecida e desnecessária. Também 24, da qual confesso que não sou fã, tem uma premissa muito boa, mas que acusa um cansaço, porque já não há história que aguente, ou verosimilhança que valha. Lá está uma vez mais: as séries cuja continuidade está mais justificada são aquelas que novelizam a história. Grey’s Anatomy é um claro exemplo, dramazecos e sub enredos podem continuar a surgir até o público se fartar, o que parece não estar para acontecer… e voltando agora ao princípio, a forma como vemos as séries, pelo menos deste lado do atlântico, é uma quebra com a tradição e com o intuito das mesmas: preferimos esperar uns meses e ver uma temporada toda de seguida, em vez de a acompanharmos semanalmente. Significa isto que vemos cada temporada como um filme numa saga, que tem entre 500 a 600 minutos em vez de 100-120.
Como tudo, isto é cíclico, acredito que daqui a uns anos, as sitcoms voltarão (em força) e que mesmo num formato de reciclagem de ideias e actores, nos irão agarrar como dantes. Se esse dia não chegar, sempre o podemos recordar nas séries que teremos em VHS, DVD, Blu-Ray ou que estiver para vir a seguir.

Up Is Down

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