O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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terça-feira, 21 de julho de 2009

Harry Potter and The Half-Blood Prince por Nicholas Hooper

Já passaram 8 anos desde que fomos pela primeira vez apresentados ao célebre tema de Harry Potter composto por aquele que continua a ser, hoje em dia, o mais conhecido e conceituado compositor, John Williams. O seu tema principal, tanto necessário como obrigatório, continua a ser um dos traços caracteristicos da saga, mas se o tom dos últimos filmes e das partituras está longe dos primeiros, é mais uma prova de que até aqui se distancia da infantilidade originária.

Herdando as funções de Williams e Patrick Doyle, Nicholas Hooper, um perfeito desconhecido enfrentou o desafio de compor para estes dois últimos filmes. Se a partitura d' A Ordem da Fénix cumpriu as espectativas, a deste Half Blood Prince superou-as e colocou a fasquia num nível difícil de igualar. O que Hooper percebeu, e bem, foi que não obstabte a matéria base, cada vez mais teria que mostrar uma abordagem adulta e sombria (Snape and The Unbreakble Vow). . Além disso, toda esta obra pauta pela contenção, fugindo das comuns percussões e sintetizadores e, assim sendo, temos dentro do mesmo disco faixas tão díspares como as dominadas por coros (In Noctem) orquestra (Ron's Victory) e viola/violino (When Ginny Kissed Harry). Estar a enumerar cada música e descrevendo-a seria tirar crédito a uma obra que deve ser ouvida na sua totalidade. A título de exemplo, e como amostra representativa da qualidade, aqui fica um tema que se eleva acima da qualidade óbvia do resto.

sábado, 18 de julho de 2009

O Mistério Morreu Renascendo

Há cerca de dois meses atrás, enumerei os mais antecipados blockbusters da época. Já não é a primeira vez que o digo, mas a falta de interesse que o cinema, de ano para ano nos provoca, é cada vez mais patente. A originalidade escasseia, a inovação é meramente técnica, mas não obstante a recessão, as receitas são milionárias, e recordes são batidos a cada semana que passa(há que ter, porém, em conta que os recordes têm em conta as receitas não ajustadas à inflacção).
No seguimento disto, e porque um Harry Potter é mesmo o paradigma do filme das massas, estreou esta semana o sexto e antepenúltimo filme da saga. A cada ano que passa, a história quer-se mais negra, os eventos mais trágicos e não obstante o tema, o público é necessariamente mais adulto. Se já a partir do Cálice de Fogo em que o choque do crescimento das personagens e dos actores foi mais óbvio, é talvez com este “Príncipe Misterioso” que realmente damos o salto. O salto porém não é só a nível dos dramas das personagens, como do filme em si. O filme já tem em si um enredo suficientemente complexo para confundir os alheios à história, e estando esta a caminhar para o derradeiro clímax a cada filme que passa, só quase os verdadeiros inteirados é que estão totalmente dentro da trama.
Não sendo este sexto capítulo propriamente o mais rico e complexo da saga, a adaptação cinematográfica é sem dúvida a mais sólida e satisfatória.
Os dois primeiros filmes eram a infantilidade necessária que apaixonou e cativou o mundo, mas foram claramente um registo que não poderia manter-se. Assim que Chris Columbus saiu da saga, e entrou o mexicano Alfonso Cuarón, a saga deu um salto e produziu, o que para muitos é considerado como o melhor filme de todos. Esse entendimento, que até ontem também defendia deve-se ao facto de Cuarón ter introduzido uma abordagem suficiente e adequadamente negra ao material que poucos esperavam. O Prisioneiro de Azkaban foi o único capítulo que realizou, e a partir do momento em que a produção se apercebeu do estrondoso feedback, concluiu que quem herdasse o posto, não podia afastar-se daquele registo. Mike Newell e David Yates assim o fizeram.
Quando pela primeira vez foi revelado o nome de Yates como realizador não de um, mas dos quatro últimos filmes, a comunidade online não reagiu da melhor maneira: Potter é uma saga demasiado complexa para ser entregue a um desconhecido, e mais ainda uma tarefa tão importante e duradoura. Se com a Ordem da Fénix Yates provou que esses medos eram infundados, com este último filme, calou definitivamente os detractores. O facto de o filme ser tão forte deve-se quase exclusivamente a si. A coesão do produto final, a direcção de actores, a mediação técnica fundem-se de uma forma tão natural, ambiciosa e completa que para muitos pode ser este o estímulo necessário para reavivar o interesse na história. Achei-me a ter uma especial empatia por este filme decorridos 10 minutos. Tinha vontade e curiosidade de ver mais uma vez como tinham sido transportas para o ecrã as descrições que lemos, mas acima de tudo, dei por mim a reparar que não obstante ser fã devoto de Harry Potter, estava realmente a adorar o filme como se não fizesse ele parte da saga. A fotografia é soberba, o direcção de arte é irrepreensível, como sempre, e a banda sonora, merecerá um post só dela.
Tenho pena que este ano quase nada se possa aproveitar desta época de verão. O Príncipe Misterioso fica por agora como a grande produção de referência do ano que, ao que parece, dado que a academia aumentou o número de nomeados para melhor filme para 10, que este figurará na lista; se assim for, nada me surpreende.

In Noctem

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Perdido

Enquanto não estão (se é que chegarão a estar) dias de praia à séria, emprestaram-me hoje a Quarta Sério do Lost - Perdidos. Significa isto que vou hibernar a vê-la. Lost é um caso curioso. Comprei a primeira série, que odiei; a segunda vi porque me emprestaram, e não estava a ver nada de especial na altura: a terceira vi porque me viciei. A série é um daqueles casos em que o enredo se vai revelando tão estúpido, tão estúpido, que acaba por ser bom. Vou guardar o resto dos comentários até acabar de ver esta quarta temporada.





Parting Words

domingo, 12 de julho de 2009

Sequelas, sim ou não?


I don't know what you people do in Costaguatamexarico, but in this country, we don't eat birds! Virgen Mojada de sangre. Ella pagara por su patria. Su corona. Su vida!
http://www.youtube.com/watch?v=azvANfe_vEk
Parabéns, Tomás!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Como Vemos o Futuro Desde o Passado?


Projecções do futuro, sempre o Homem as fez. Com o avanço da tecnologia, mais se entende que as conjecturas são certezas, e que o prazo para a sua concretização é mais preciso. A forma mais comum de explicitar essas mesmas conjecturas é através da sua transposição para o écran, que a televisão e o cinema têm feito de forma mais ou menos precisa, com ou sem dramatizações. Por razões óbvias de trama, o que vemos hoje como facilitismos trazidos pelo desenvolvimento tecnológico vão jogar contra nós, controlando-nos e dominando-nos. Tudo isto envolto num futuro que se prevê escuro, chuvoso, violento e pessimista.
Ontem vi Babylon A.D., filme que me suscitou uma curiosidade enorme por ter descoberto, há uns tempos e por acaso, a sua banda-sonora, que desde logo me cativou. Como o próprio título indica, a sociedade mundial vive numa Babilónia que espera pela vinda de um novo dia que traga esperança para a humanidade. O filme, tal como previa, é o lixo que poderia não ter sido, um retalho de estilos e um desfile de ideias mal concebidas; mais um caso em que a superior banda sonora está desperdiçada (Agnus Dei).
A evolução da História, cíclica como se tem mostrado, só no faz crer que sempre que o Homem se recompõe de uma era negra, e desenvolve uma de prosperidade, deslumbrado pelas suas capacidades, cedo será de expectar que entre em retrocesso. É esta a ideia que está na base deste filme e, se bem virmos as coisas, a de qualquer filme de ficção científica. É complicado que qualquer filme que conte uma história passada 30 anos no futuro, tenha um ponto de vista diferente, ou mesmo completamente alheio a este princípio. O Homem, enquanto ser racional que é, sabe que no cômputo final, a recessão global virá, o que o cinema e a televisão nos têm feito é sugerir cenários e prazos possíveis para isso. A inteligência artificial vai-nos dominar, a depressão vai ganhar terreno, a selvajaria e a escuridão virão a reboque. É o que nos fazem crer.

Babylon Requiem

terça-feira, 7 de julho de 2009

Alguém Me Ouviu


Um caso de fusão que resulta extremamente bem.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Já Repararam Que... Cães Nos Carros

Já repararam que sempre que um cão vai dentro de um carro, vai a arfar sem parar? Vão sempre de boca aberta, língua caída, quer seja com o carro parado ou em andamento.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

The Shard

Está projectado para 2012 o arranha-céus "The Shard" em Londres. Acho que qualquer um concorda que à primeira vista a estética do edifício do arquitecto Renzo Piano choca e não se enquadra na histórica Londres; mas também o que todos sabemos é que Londres é cada vez mais uma amálgama de estilos e visões que parece enquadrar-se de uma forma perfeitamente natural.
Mas é de se concordar com a construção de um edifício deste tipo bem no centro daquela capital? Nas mais variadas cidades, temos edifícios que a História nos legou de forma mais ou menos intacta, como símbolo de épocas passadas que deixaram o seu marco mais ou menos evidente e mais ou menos funcional. Urbanísticamente, para nós, não concebemos como aceitável uma construção que pouco ou nada tenha que ver com o estilo pré-existente, mas até que ponto é razoável que essa regra seja absoluta? Não me parece que par este problema haja uma solução líquida, já que levante discussões e opiniões que a subjectividade não deixa conduzir a uma conclusão uniforme.
Por um lado, são perfeitamente aceitáveis os argumentos dos detractores do projecto, uma vez que tal construção não só não se enquadra na zona circundante, como na cidade em geral, uma vez que estando terminado, será o edifício mais alto da União Europeia; por outro lado, não havendo marcas perenes introduzidas nas nossas gerações, então os colossos que o Homem foi capaz de erigir em cada época, esgotaram-se no passado. Não parece que a questão que levante discussão e oposição seja, propriamente, a da dimensão (altura) do projecto, mas sim a estética. O The Shard (lasca), tem realmente uma imagem pouco convencional, mas já o tinha o altamente criticado, e depois aplaudido Gherkin, também em Londres.
Haverá certamente quem esteja tão melhor qualificado do que eu para dissertar sobre este aspecto - no que a Londres diz respeito - porque o conhecimento que tenho é "empírico", já que presencial não tive ainda. Quando esse ansiado dia chegar (quem sabe, com o Shard acabado) possa dar uma opinião definitiva. Sorte de quem a possa dar com conhecimento de causa!

The Shard

Ressaca das Luzes

Há duas noites atrás resolvemos ir, já atrasados, ver o The Hangover-A Ressaca, a uma sessão que nos obrigou a sentar na primeira fila por a sala já estar cheia. Há filmes que nos marcam pela qualidade da história, da mensagem e do conteúdo; outros que nos marcam pela simplicidade e despretenciosismo com que arrancam gargalhadas vindas de dentro, sem roçar o exagero e muito menos o vulgar. Salvo raras excepções, as comédias de qualidade encontram maneira de angariar o seu culto. Este a ressaca não só o fez a nível mundial pelo sucesso que está a ter,como também por sabermos que não é apenas mais um. O filme é de tal forma contangiante, que demos por nós a, mal de lá sairmos, não querermos acabar a noite por ali.

Toca de beber um bom copo antes para iniciar, e depois, cruzar a ponte para uma beach party para acabar. O facto de o termos feito em tom de gozo, despreocupação e total improvização fez que o balanço tivesse sido tão positivo.
Numa noite que se prolongou até às 5 e meia da manhã, reparámos que o ambiente de praia que tanto nos diz e tão bem se enquadra no nosso espírito trazia qualquer coisa mais. Uma claridade a princípio indescritível, que depois se tornou numa das imagens que mais me marcou. Tenho pena de não ter levado a máquina comigo, nem de o telefone ser suficiente para captar a tal imagem. O céu misturava o breu da noite com uma luz côr de laranja indescritível. Começou por ser de pequena dimensão, mas à medida que as horas passavam ficou cada vez maior. Visão mais incrível que esta em plena praia, só foi aquela que tivemos quando cruzámos a ponte de volta porque aí já tínhamos as luzes da cidade a juntarem-se a este espectáculo. Tenho a dúvida de saber se descrevo este evento como singular, porque muitos há, singulares para nós, comuns para outros.

Aurora Borealis