O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

342 filmes de 2009


É inevitável que, chegando a estes últimos dias de 2009, se façam retrospectivas a torto e a direito de tudo e mais alguma coisa.
O cinema não podia ficar de parte, claro está, mas se as cerimónias que recompensam os melhores filmes do ano que passou, deixam injustamente de fora alguns, surge agora esta retrospectiva, por demais abrangente, que, em 7 minutos, mostra-nos à laia de trailer, o que de melhor e de pior se fez em 2009.

Faz parte da magia do cinema haver projectos melhores e outros piores. Os melhores sustentam-se a si próprios, sobrevivem ao teste do tempo e a qualidade não decresce; os piores, ou caem no total esquecimento, ou tornam-se filmes de culto, ou célebres pela negativa. Depois há aqueles filmes que dentro da mediania lhes acontece o mesmo.
A verdade é que em "apenas" 7 minutos, o escritor e designer Kees van Dijkhuizen, fez um apanhado não excessivamente tendencioso, que tem a particularidade de tornar mais interessante aquilo que não o foi, e melhor o que já o era.

2009 não será, certamente, o ano que marcará para sempre o mundo do cinema; como em todos os anos houve do melhor e do pior, se bem que o balanço foi bastante positivo e, competitividades à parte, este vídeo faz-nos ver e perceber porque é que realmente gostamos tanto tanto de Cinema.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Visão Retrospectiva

A revista Visão da semana que passa hoje de validade fazia um apanhado da última década, com artigos de reputados escritores da praça, sob o título hiperbólico d'"A Década que Chocou o Mundo".

A década de 2000 não acredito que tenha sido a que mais marcou ou determinou o mundo no último século; sem dúvida que fotografias, figuras e acontecimentos fizeram parte do mediatismo mundial e cravaram o seu lugar na história, mas não de uma forma desproporcianadamente mais marcante que outras décadas passadas - veja-se as décadas de 30 e 40, que cicatrizaram directa ou indirectamente meio mundo, privando-o de tudo o que lhe era permitido. Tais privações vieram, no mais, criar um sentimento de necessária mudança posterior que veio sim, culminar na década iniciada com o virar do século.

A crónica, em 130 páginas, vem-nos resumir, à laia de livro de mesa de café o que de mais marcante definiu estes dez últimos anos, tanto a nível internacional como nacional. É de louvar, mas não surpreende pela habitual qualidade, que uma revista como a Visão dedique tão exaustiva embora bastante resumida crónica a um assunto tão importante. Na sua globalidade, não vai surpreender ninguém, porque por mais "desinformados" que sejam alguns leitores, os mais importantes pontos, todos os sabemos; mas não nos faz mal recordá-los.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Se Pocahontas tivesse um AVATAR, Dançava com Lobos

Fiz, salvo erro, dois posts exclusivos a Avatar durante a sua produção. Depois de um silêncio de 12 anos, o novo projecto de James Cameron, queria-se grandioso e polémico, dado que o seu anterior trabalho, Titanic, tornou-se o mais rentável filme da história, ao auferir mais de um bilião de dólares.
Cameron está habituado, sem dúvida, a dirigir filmes colossais e, tendencialmente, de ficção científica, por isso não era estranho que regressasse ao género no qual se sente mais à vontade.
Avatar conta a história da colonização e domínio do Planeta Pandora, por humanos que se servem de Avatares - corpos controlados e criados através de uma mistura de ADN humano e extraterrestre - para interagir com os Na'vi. No centro da história, está Jake Sully, ex-marine paralisado, que através do seu Avatar, aproxima-se da população de Pandora, e com a qual cria afinidades incompatíveis com a sua missão. É sabido e lógico, que cada vez mais se torna difícil ser-se inovador a nível de história, mas Avatar não traz o mínimo de inovação (além da técnica digital evidente) que seria de esperar. Os paralelismos com filmes como Danças Com Lobos, ou até com Pocahontas são mais que óbvios; a isso misturados os ingrediantes mágicos e típicos de Cameron - temos Avatar, o filme que mais desilude porque reparamos que doze anos de preparação deram-nos um espectáculo visual soberbo que nos faz esquecer que muito pouco se passa por detrás.
War

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ágora


Hypatia: filósofa, mulher digna de respeito, defesa e admiração, alvo de discórdia, inveja e revolta. Se as circunstâncias em que estava envolvida não eram propícias para que desse a ensinar ao mundo aquilo para o qual não estava preparado, então foram elas próprias que ditaram o seu destino. Num mundo em que a fé é de todos e de nenhuns, em que um dia se é venerado, no seguinte proscrito e que a olhos vistos o que demorou séculos a contruir, descobrir e desenvolver é deitado por terra cresceu uma verdadeira figura pioneira que poucos conhecem, mas a quem tantos mais devem.

Parece ser sempre conveniente, ou digamos tendencial que se publicite uma história destas, que a personagem à roda de quem gira, mudou o curso da história e este não mais seria o mesmo. À sua pequena grande maneira é verdade. A história do cinema essa é que não mudará depois da estreia deste Ágora - não por não ser digno, mas porque não parece ser adequado a uma distribuição em massas. Para todos aqueles que viram o trailer, não podem ter deixado de achar que, esteticamente, se tratava d' A Paixão de Cristo 2 - aliás não os podemos culpar; Ágora não é um filme feito para ser resumido em 2 minutos, mas para ser contado em 2 horas.
É certo que toda a mística da civilização egípcia - romanizada ou não - desperta um interesse e é sempre uma mais valia numa história nela ambientada, mas isso aliado a uma história que vale por si só, a uma forte mão ao leme e uma vontade de aprender com o entretenimento, melhoram tão mais a matéria. Não há, nem pode haver, em pleno século 21 nenhuma história que se queira desta magnitude, que não veja factos Históricos manipulados, datas alteradas em favor de uma narrativa mais fluida; mas também sabemos que não podemos acreditar como sendo real todo e qualquer facto, toda e qual personagem. Ágora romanceia personagens e acrescenta factos, mas para tal temos os livros de história, convidados à visita para quem quiser, aprender um pouco mais.

Pela mão de Alejandro Amenábar, somos conduzidos para o meio de uma torre de Babel, para um mundo efervescente de conhecimento em que uma mulher procura e conjectura respostas no céu, que só séculos depois teriam aceitação global. Algo que Amenábar soube fazer, e bem, foi introduzir, espaçadamente, o outro lado da observação. Se nós ao olharmos para o céu da noite vemos o infinito sem o compreendermos, então a câmara também olha para baixo, do alto de milhares de kilómetros,para uma Terra fascinante com múltiplos e confusos sons que não entendemos. Isto é saber fazer bom cinema sem precisar de muito dinheiro. É saber usar um elenco de quase desconhecidos (à excepção de Rachel Weisz) e transformá-los nas personagens que foram convidados a encarnar.

Agora

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Alexandra Tussaud Lencastre

Preciso explicar?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Porquê Hans Zimmer?

Já foram alguns os compositores aos quais dediquei um espaço especial ou uma menção digna. Hans Zimmer, compositor e artista por excelência que já anda nestas lides há 25 anos, começou a carreira em Londres vindo de Frankfurt. Os seus esforços e o seu talento conferiram-lhe uma reputação de fazer inveja e é hoje, possivelmente, o compositor mais influente da cena internacional. Podendo ser, esta influência, discutida ou afastada pela ainda preponderância de John Williams, o que é facto é que estão ambos os dois no topo da cadeia. São naturalmente poucos aqueles que se podem dar ao luxo de recusar um trabalho, muito menos aqueles que gozam do privilégio de ser a primeira escolha. Zimmer faz mais hoje em dia do que ser um exemplo para os que partilham dos seus gostos e preferem o seu estilo; tendo fundado a empresa Media Ventures, agora Remote Control. Desta escola saíram alguns dos mais emergentes compositores dos últimos anos. Os principais detractores do género, atacam Zimmer pela linearidade das suas composições; mais ainda de formar os seus discípulos como pequenos clones.
Acho que essa opinião não pode nem deve ser atacada por mim, nem por qualquer outro, por mais que dela absolutamente discorde. Não é de bom tom atacar os trabalhos de John Williams e John Barry, por mais que caiam na repetição. Repetição não, desculpem, fidelidade ao estilo. E se a eles essa lhes é permitido tal protecção, então a Zimmer só pode também ser.
Aliás, mesmo que não nos queiramos guiar pelos gostos duvidosos do público, o que é facto é que a crítica, também ela parece ter reconhecido, ao longo destes anos os seus feitos, e as mais valias que as suas obras vieram contribuir para a música em geral.

Rain Man, Driving Miss Daisy, Gladiador, A Barreira Invisível, O Rei Artur, O Último Samurai, Hannibal, O Pacificador, Pearl Harbour, o Código DaVinci, Anjos e Demónios, Batman Begins, O Cavaleiro das Trevas destacam-se, juntamente com as suas Seis Nomeações ao Óscar (com uma vitória, por O Rei Leão). Tudo isto a propósito de nos últimos dias me ter achado viciado no seu "Woad to Ruin"

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tomataaada!

Não, não é a tomatina de Buñol, nem uma briga de noite entre forcados e equipas de rugby, o amasso aconteceu mesmo na cara de Berlusconi. O actual Primeiro-Ministro italiano, figura mediática e singular ocupando ou não aquele cargo, volta a estar em polémica por ser alvo, literalmente, das atenções.
Ontem, à saída de um comício foi agredido com uma miniautura do Duomo, ou esmurrado, as opiniões divergem (?!). O agressor foi imediatamente identificado e detido. O motivo que o levou a atacar Il Cavaliere pode ter a ver com o seu desempenho enquanto chefe de estado, presidente do AC Milan ou principal accionista da Mediaset. Não deve faltar quem se ache lesado ou mal representado, mas nem o que já foi unânimemente classificado como acto de terrorismo foi suficiente para fazer recuar Berlusconi que, mesmo com a boca ensanguentada, nariz e dois dentes partidos, teve forças para se levantar e mostrar a todos que estava bem.

Com um ano e meio de cargo já acumulou mais peripécias mediáticas do que muitos chefes de estado no final de carreira. Assim que me lembre, de repente, só Bush conseguiu proeza parecida; mas enquanto aquele ficava na memória por gaffes seguidas e absurdas que roçavam a imbecilidade, este demarca-se pela lata e frontalidade com que fala de quem e do que lhe apetecer. Indiferente ninguém lhe fica, é impossível, nem Isabel II se deixou ficar quando, na fotografia de família da cimeira dos G20, Berlusconi gritou "Mr. Obama! Mr. Obama!" e HRH se voltou para trás e disse para quem quisesse ouvir, "why does he have to shout?"

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Quem Tem Medo Do Lobo(Filme) Mau...?

...aparentemente parece que ninguém, porque o público tem estado a aderir em massa a esta nova saga, adaptada pela primeira vez ao cinema o ano passado, sendo este o segundo capítulo dos livros de Stephanie Meyer. Não tenho total legitimidade para apontar o dedo à qualidade do material de origem, porque o desconheço, ficando-me somente pelo que li em resumos. Verdade é que aos magotes tudo lê e vê o que há da saga Twilight, como se de um novo Harry Potter se tratasse, mas as comparações ou paralelismos devem ficar-se por aí. Eis um fenómeno de popularidade que me ultrapassa. por melhor que o material literário seja em comparação (mesmo em comparação) o enredo não é propriamente inovador, rico nem cativante; é uma revisitação com floreados do tema de Romeu e Julieta, adaptado para quem tem preguiça de o ler e com vampiros (supostamente) cool. Há tambem lobisomens que por não terem frio fazem publicidade a ginásio e com quem têm uma guerra amena. Pegam-se, batem-se, esfolam-se e depois pedem um desculpa aí. No meio temos uma humana que para além de não se rir muito, é um joguete no meio da versão americana do elenco dos morangos. o que não falta para aí é filmes maus, mas este é daqueles que dói mesmo: duas horas que parecem dez, cenas de acção de adormecer, personagens e actores que se passeiam sem objectivo e diálogos que não há palavras para descrever a falta de cuidado e de jeito. Arrependo-me hoje, seriamente, de ter ajudado a contribuir para a receita auferida, mesmo não faendo os neus 5€ qualquer diferença, mas não gastarei outros porque dificilmente vejo dinheiro pior empregue.

The Meadow