O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Incovenient Much?


Sensacionalismo é uma coisa, isto é tétrico.


Tram At Dawn

Muhly

É oficial, aos 29 anos, Nico Muhly é um génio do gabarito de Philip Glass.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Bale ou não?

Valerá a pena atravessar metade do mundo para vir da Europa para Bali? Os europeus que lá se encontram chegam por ser mais um ponto na sua "Backpacking Trip", outros passam lá lua de mel, outros vêm motivados pelo quão exóticos os roteiros turísticos ou os filmes fazem parecer.
Segundo a Wikipédia, a Indonésia é composta por cerca de 17.500 ilhas. O que é que faz de Bali tão especial que quase ninguém saiba sequer dizer o nome de outra ilha do país? Não há opinião unânime quanto a isto, mas é inegável que é uma concentração turística massiva, uma mistura de raças e povos impressionante sem por isso perder a sua identidade.

Numa ilha tão pequena podem satisfazer-se os gostos dos mais cosmopolitas ou dos mais zens; se bem que os primeiros saem a ganhar pela cada vez maior ocidentalização da ilha.
Valerá, por isso, a pena o preço do bilhete e o tempo da viagem? É subjectivo. Quanto a mim, não vale. Ainda assim tenho um especial carinho por aquela pequena ilha que, no espaço de dois meses, me relembrou o que é a civilização que desde Janeiro desconheço. Se é com este pano de fundo que se chega a Bali, então nada melhor. O dinheiro que já lá deixei e aquele que gastei nas viagens foi, podendo roçar a contradição, inegavelmente bem empregue. Resta saber se até Julho farei jus ao ditado popular de que "não há duas sem três".
Everything In Its Right Place - Radiohead

domingo, 10 de abril de 2011

A Árvore da Vida


O conceito da árvore da vida vem fascinando desde os primórdios da civilização. Não há religião que não tenha qualquer tipo de simbolismo associado à existência de uma árvore da qual tenha nascido a vida ou da qual emanem características regeneradoras. Crenças religiosas à parte, é facto que o tema, pelo seu claro misticismo, é um motivo que conduz a devaneios filosóficos, elaborações artísticas ou por outro lado, descrenças absolutas.

Darren Aronofsky e Terrence Mallick, cada um representante de uma geração diferente de Hollywood, abordaram este tema. Aronosky em 2006 com o sublime The Foutain – O Último Capítulo, e Mallick este ano com o muito aguardado The Tree of Life.
Aronofsky está na crista da onda por ter evoluído de realizador/autor independente com filmes como Pi ou Requiem for a Dream – A Vida não é um Sonho, para o mainstream com a sensação do ano passado Black Swan. Compreensivelmente, The Fountain terá sido, dos seus filmes, aquele que foi recebido com mais cepticismo. A complexa história contada em três sequências paralelas, com os mesmos actores, Hugh Jackman e Rachel Weisz, a encarnarem diferentes ou as mesmas (?) personagens, dividiu o público por não ser clara a abordagem a temas como a morte, o isolamento, a luta e o egoísmo. The Fountain tem aquela característica singular e obrigatória de qualquer filme com uma temática ambígua: é um filme aberto a discussões, passível de diferentes interpretações e tão arrebatador como a luta das personagens. Fiel à sua temática, o realizador concentra-se mais nas personagens e nas suas motivações, do que propriamente no meio onde se movem. Tem sido assim em todas as suas obras, não deixou de o ser em The Fountain, talvez o mais complexo e abstracto filme de Aronofsky, mas é uma verdadeira tese sobre tema, não oferecendo mais explicações do que aquelas que pode dar. De notar especialmente, a superior e reconhecida banda sonora de Clint Mansell, que ao contrário do filme, foi universalmente reconhecida como uma das melhores de 2006.

Cinco anos passados, foi a vez de Mallick, renomado realizador que apenas conta com 5 filmes em 40 anos de carreira, enveredar pelo tema. Brad Pitt, que inicialmente esteve vinculado a The Fountain, mas que desistiu por conflitos de agenda com Tróia, lidera agora o elenco deste novo filme que deixa ver, mais uma vez, o apurado sentido visual de Mallick, aliado à abordagem intimista que também lhe é característica. Pouco se sabe da história, mas Mallick quer mostrar algo completamente novo. O Trailer já lançado é um dos mais complexos e visualmente ricos de que há memória; se isso se vai reflectir em sucesso garantido é obviamente difícil de dizer, mas é esperado que como é comum à obra de Mallick e a este tema em concreto, que as opiniões sejam divididas e o produto final, controverso.