O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nós

Sou patriota e patriota convicto. Não sei se é pelo facto de estar a viver a 15 mil kilómetros de distância ou se é por Portugal estar a passar pela sua maior crise de identidade, que este meu sentimento está especialmente acentuado. Custa ver que neste último ano nada mais parece vir de Portugal que o profundo dramatismo, inércia absoluta e vitimização sem precedentes. Não é novidade para mim nem para ninguém que estas são características do comum português que mais facilmente se deixa mergulhar no pior, quando pode tentar lutar pelo melhor.
Não se pede, sensatamente, que haja coesão política, mas que haja coesão de bom senso. É mais do que decidir o que está certo e o que está errado, é mais do que escolher Norte ou Sul, é ter um diariamente renovado sentimento de orgulho pelo lugar onde nascemos, crescemos e que nos deu as características que por mais que queiramos, não abandonamos. Se as características se tornam, na maior das vezes, tradições, não há como não ter orgulho desse nosso país. Na crise estamos emaranhados e não a podemos contornar; há que mentalizar que é um caminho que temos que fazer e que os mesmos erros não podemos repetir.
Se o “se” parece ser um ponto de partida para um qualquer raciocínio, então usemo-lo para propor um Portugal mais brioso, mais vaidoso das suas características, que venda o que tem de bom e que esse seja um processo individual. Se já era patriota, agora sou mais.