O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O problema é Sal(t) a Mais ou sal a menos?

Restava dúvidas a alguém que o entertenimento de Hollywood está caído em desgraça? Na mesma semana fui ver o mais recente desvaire M Night Shyamalan, O Último Arbender, e a omnipotência de Angelina Jolie em Salt. Se a desgraça de Shyamalan não veio sem anúncio, com uma carreira que está pelas ruas da amargura, Jolie, que está em pleno pico da sua carreira, faria crer que teria um pouco mais de cuidado nas suas aventuras.

The Last Airbender
É um filme péssimo. Não há outra forma de o definir; nada aqui resulta, uma história desinteressante, uma adaptação desnecessária e descuidada, uma direcção e escolha de actores indescritível e um esquematismo desconfortável. Custa-nos acreditar que o mesmo homem que escreveu e dirigiu filmes como o Sexto Sentido e A Vila, tenha sido capaz de adaptar de forma tão rídicula e infantil uma história que já o era. Se até a Senhora da Água ou o Acontecimento, os seus últimos fracassos, já demonstravam uma falta de noção do sentido de ridículo, pelo menos mostravam um cuidado estético e formal mais apurado; Last Airbender parece um telefilme barato da Nickelodeon que passa dobrado em português ao sábado de manhã. Shyamalan parece não se rebaixar à esmagadora crítica que arrasa o filme, defendendo-se com um "só o tempo me irá dar razão". Presunção e água benta, cada um toma a que quer...

Salt
Salt passou de realizador em realizador, foi escrito para Tom Cruise que desistiu, e reescrito para Angelina Jolie. Se um filme de acção em que a personagem principal é um agente fugitivo e que passa para umA agente fugitiva não cheira a esturro, a concretização confirma. Não que a história não tivesse potencial para funcionar, tinha, só que mais uma vez o barulho e os efeitos especiais falaram mais alto, a bolha foi crescendo e explodiu. Jolie leva mais porrada que Jason Bourne, faz mais acrobacias que James Bond e sobrevive a mais do que qualquer um dos dois. Nem sequer a revivalista realização de Philip Noyce ou a fotografia de Robert Elswitt trazem mais dignidade a um filme que pede a troça do espectador quer seja pelas cenas de acção indescritíveis quer pela pseudo intriga política infantil.

Salt é um filme mau? É. O Último Airbender é pior.
Se já nos queixamos da falta de filmes para ir ver ao cinema, já nem os típicos filmes de entertenimento são uma escolha segura. Nem sequer encaixam naquela categoria de guilty pleasures de filmes que são tão maus que se tornam objecto de culto; fazem pior: em vez de contarem uma história que se aguente sozinha, deixam-na a precisar de uma imediata continuação que ninguém quer ver, mas, a julgar pela exigência do público americano, já nem sei.

Prisoner Exchange

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Few Days Of Summer

O que me leva a escrever pela primeira vez, pós-férias de Verão, não é, como habitualmente, a música ou o cinema. Passado quase um mês desde a última vez que aqui vim, foram vários os tópicos que me foram passando pela cabeça que tive vontade de passar a palavras. As músicas que ouvi pela primeira vez e as que revisitei pela milionésima. Os filmes que vi e revi e as cenas que me marcaram. Os lugares onde fui e aqueles onde regressei.

Fazer um relatório está longe de ser aquilo que quero ou devo fazer, mas ignorar tudo o que tenho feito, não me é possível. Se por um lado há momentos e sítios e sítios que nos sentimos na obrigatoriedade de partilhar e espalhar, por outro há situações em que não o fazemos por não querermos ou por não caberem em palavras. A minha viagem ao outro lado do mundo não pode ser documentada em imagens a que qualquer um tem acesso, nem por descrições que nem a todos fazem sentido ou têm interesse; da mesma forma que o meu regresso às origens com tudo o que isso implica, só a mim faz sentido.

O que é que me fez sentido? Londres, Bangkok, Patpong Market, Tuc Tuc Ride, Scirocco, Lebua, Phi Phi Leh,I~, Bamboo Island, Maya Beach, Massage, Bird Song Intro, Drumming Song, 528491, S. Martinho, Família, Sono, Mini, Minis, Sol, Praia e todas aquelas pequenas coisas (mais ainda) que uniram todas estas e que marcaram, sem sombra de dúvida, o meu Agosto de 2010.

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