O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ciência e Religião postas em Contacto.

A ideia de que não estaremos sozinhos no Universo, divide opinões e crenças. Os cientistas, por um lado, mais pragmáticos e "racionais", que só veem como possível a eventual certeza de haver vida inteligente lá fora; os religiosos, por outro, que tendencialmente crêem que aquela eventualidade ou não é possível ou não querem que o seja. A discussão deste tema tem ramificações várias, e implicações que não serão, obviamente, liquidas para todos. Consequente a esta discussão é o inevitável tema da religião e da crença amplamente considerada.

Tudo isto a propósito do filme Contacto, de 1997, que ontem revi, e que uma vez mais me pôs a pensar. A discussão que põe em cima da mesa, é exactamente esta: confrontados com uma mensagem misteriosa captada pela cientista Ellie Arroway, e confirmada por outros cientistas pelo mundo fora, a forma como todos lidaremos com essa eventualidade acaba por reduzir-se ao medo, à crença, à religião e à coragem. Como tal, cada personagem incorpora um esteriótipo, move-se e age como tal, numa história que evolui de uma forma alegórica para nos pôr, de facto, a discutir os exactos temas que aqui são abordados e que todos se batem por resolver.
Os referidos temas do medo, crença, religião e coragem são debatidos à exaustão pelas personagens de Jodie Foster e Matthew McConaughey, cuja química e empatia abunda, não obstante estarem nos extremos opostos da opinião. Ela, cientista, não cede na busca de sinais de vida inteligente e a completa descrença em Deus, ele, um padre, que não consegue apoiá-la.
O que Contacto faz, e bem, é não oferecer uma resposta ou uma certeza relativamente a nada; não toma o partido de nenhuma das facções, nem as afasta. Ambas são válidas, pois não há uma certeza, e apesar de divergentes, não as aborda como incompatíveis.
Acabamos o filme exactamente na mesma posição que o começámos: a levantar as questões que interessam, mas agora motivados pelo que vimos tão impecávelmente exposto. É esta a razão pela qual o cinema ainda nos apaixona; por duas horas vemos uma dissertação que diz tudo e não diz nada, que nos deixa na interrogação, que é suficientemente audaz para tocar em assuntos de natureza susceptível sem os reduzir a troça.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vício Absoluto

Um belo fim de semana no Cercal do Alentejo deu para descobrir o meu mais recente vício. Grande música!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Reorganização da Vida

Portugal tem a fama de ter um dos melhores sistemas de Multibanco da Europa. Rápido, eficaz e versátil. Há pouca coisa que não possamos fazer em pouco tempo numa caixa Multibanco; e só nos apercebemos dessa comodidade quando chegamos ao estrangeiro e, por comparação, o serviço lá é mais restritivo. É normal que estejamos, portanto, habituados a poder fazer um sem número de coisas cada vez que vamos a uma caixa Multibanco; tão habituados que há pessoas que resolvem reorganizar toda a sua vida à nossa frente. Pagam a água, a luz, o telemóvel, fazem transferências para os pais, para os amigos, para os primos e levantam dinheiro, duas a três vezes de seguida do mesmo cartão. Tudo isto, na hora de almoço, quando há uma fila de gente com vontade de fazer o mesmo e outros que querem levantar uns míseros 10 Euros, mas que se vêm obrigados a levantar logo 40 ou 50, para não terem que passar por aquela experiência tão depressa.
O netbanking serve para alguma coisa, e se muitos já o usam, outros parecem evitá-lo ou ignorá-lo. Por isso, e até podermos levantar dinheiro de outra forma - que assim de repente não estou a ver qual, a menos que seja fora de horas de ponta - cá estaremos a ver as finanças dos outros reorganizadas.

At My Most Beautiful

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mood for my Stereo

Está encontrado o melhor site dos últimos tempos. Uma ideia tão simples e eficaz como escolher um estado de espírito e automaticamente ser-nos dada uma playlist que encaixe nessa escolha. O Stereo Mood é mais do que uma boa escolha, é um vício e uma paragem obrigatória.
www.stereomood.com

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Poção Bruckheimer

Jerry Bruckheimer é o rei do Verão. Numa carreira que conta já com 40 anos, é considerado um dos produtores mais bem sucedidos da indústria do cinema, com filmes que são uma máquina de fazer dinheiro, e cujos fracassos contam-se pelos dedos.
Filmes como A Trilogia de Os Piratas das Caraíbas, O Tesouro, O Rochedo, Armageddon, Pearl Harbor, Inimigo Público, Caça ao Outubro Vermelho, Top Gun, Rei Artur, entre outros, mostram bem que não obstante as possibilidades de fracasso ou o desconhecimento do público quanto ao temas, as vendas mais do que pagaram os custos de produção. Nem sempre, porém, o padrão de entretenimento manteve-se, ou o lucro suplantou o mínimo exigível; mas o que destaca e define Bruckheimer é que a fórmula do sucesso, copiada, mas não igualada por outros no ramo, assenta nos mesmos critérios que se revelam por isso mesmo eficazes. Para isso basta ver a maneira como Bruckheimer conduziu a adaptação ao cinema de Piratas das Caraíbas - um género que não atraía público há mais de 20 anos e uma história baseada numa atracção da Disney que tinha tudo para ser um flop, mas que se revelou um êxito estrondoso que teve duas sequelas e outra a caminho. E como se o cinema já não bastasse para estabelecer um nome e ter sucesso, CSI, também produção sua, dispensa apresentações.

Questão seguinte: como é que se explica que todas as suas intervenções têm um automaticamente um selo autoral maior que o dos próprios realizadores? Será a sua posição enquanto produtor mais infléxivel que os restantes? Imporá um estilo a obedecer na maneira de adaptar, escrever e realizar os projectos que escolhe produzir? Sem dúvida. Talvez seja esse o segredo do toque de midas do actual gigante produtor de Hollywood que está para o mercado dos Blockbusters como os irmãos Weinstein estão para os mercados dos Óscars.

BMBBO