O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Knight in a retrospecting armour.

Se as memórias não são já suficientes e presentes, eis que sou surpreendido com uma boa notícia. Hoje, ao passar os olhos pelas actualizações que os meus amigos iam fazendo no Facebook, descubro que um amigo meu de Erasmus, que ainda vive em Salzburgo diz a todos que Cameron Diaz e Tom Cruise, lá foram vistos a filmar o seu mais recente filme, "Knight and Day" de James Mangold. Claro que, num instante, inundou-se o seu post de comentários e fizemos nossa a missão de tentar descobrir fotografias. Parece que lá estão a filmar há alguns dias, e ficarão, pelo menos, mais uma semana. Claro que a localização não vai fazer pelo filme, o que fez pela "Música No Coração", mas pela escassez de vez que filmagens lá tiveram lugar, vai ser bom ver (e para nós recordar) Salzburgo.

Hoppipolla

domingo, 22 de novembro de 2009

Natal a meio gás (meio azul, entenda-se)

A Popota ameaçou, a Leopoldina imitou, O Marquês descambou. Se já para nós foi demais engolir a saia que a Samsung, o ano passado, resolveu pôr no Cristo-Rei, este ano, e chegada a altura de iluminar Lisboa, o assassinato não foi menos grave que o do ano passado. De quem foi a ideia de travestir a base do Marquês de Pombal, ou de escolher as sugestivas iluminações da Rua Castilho, não sei; o facto é que a par do poder de compra, também o bom gosto teimou em tirar férias mais um ano.
Resolvi agarrar no carro e correr Lisboa para ter uma ideia de como os comerciantes projectam o Natal deste ano. Se cada vez mais nos apercebemos que as iluminações mais pequenas são as melhores, também reparamos que as maiores, e que por todos mais vistas, são as mais desconexas e espalhafatosas. Fiéis ao facto de S. Nicoloau vestir de Azul e não de Encarnado, também as luzes adoptaram tendencialmente essa côr. Se me perguntam, esse Azul não liga ao Natal. E se o miradouro de S. Pedro de Alcântara esteve na berra nestes últimos meses, então no Natal, vai estar a bombar à séria; é uma autêntica rave com flashes dignos da pista de baixo do Lux. Se calhar não está tudo tão deconexo quanto isso. Se quase podermos andar de t-shirt na rua em fins de Novembro pouco nos lembra o Natal, então estas luzes até acabam por fazer algum sentido.

Sunrise

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"...that's the thing i love about NY. Everyone is not from here"

Nova Iorque. Capital do mundo, aglomerado de povos, mescla de espaços, amálgama de religiões, inevitável e indiscutível centro de fascínios e paixões - nada espanta que tenha um esforço cinematográfico que vá demonstrar, ainda que tardiamente, o amor por esta cidade. Narrativamente inconvencional, o puzzle de curtas histórias e diferentes núcleos cruza-se quando assim tem de ser, ou quando a sorte assim o determina. De homenagens, declarações e postais está a cidade farta, pelo que serve este esforço não como palavra final e definitiva mas como mais uma. A ideia por detrás deste projecto não poderia ser mais inteligente ou racional: a cada realizador de cada uma das 11 curtas, foram dadas 3 linhas de orientação, filmar em 24 horas, montar numa semana e introduzir um sentimento de um determinado bairro. O que todos mais sabemos, repetimos e aqui ouvimos é que o que mais se gosta em Nova Iorque, é o facto de nunca se saber quem se encontra e onde se encontra; todos são estranhos e por esse afastamento compelem a aproximar-se. Esse fio condutor está presente numa hora e meia de filme que numa sucessão de estilos e histórias, filmados com uma fotografia penosamente desinteressante é suficiente em cada segmento, mas insuficiente num todo. Além de um factor importantíssimo e estranhamente ausente: a falta do lado cosmopolita, atraente e quente pelo qual a cidade é conhecida.
New York, I Love You não vai poder admitir nunca reacções polarmente opostas, tão pouco extremistas. É um filme-puzzle, em que cada história é quase autónoma, o que é simultaneamente uma grande força e uma grande fraqueza.
Se tiver que destacar uma curta, não hesitaria em escolher a realizada pelo superior realizador indiano Shekar Kapur, que dirige Julie Christie, Shia LaBeouf e John Hurt num pequeno mundo que parece a milhas de distância de Nova Iorque, mas que pela sua força e singularidade, é um filme ainda mais distinto, dentro desse já tão diferente puzzle.

Let's Do It, Let's Fall In Love

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

2012


"Este é o meu último filme apocalíptico", diz Emmerich, obvia e reiteradamente devoto do tema; depois de "O Dia da Independência", "O Dia Depois de Amanhã" e agora "2012", vai parar de fazer filmes com datas certas para o mundo acabar. O ponto de partida agora é o chamado fenómeno 2012, que consiste no conjunto de crenças (que remontam ao calendário Maia) assim como teorias científicas, que devido à emissão de chamas solares numa dimensão sem precedentes, causarão o fim do mundo como o conhecemos no ano de 2012. No centro de tudo está, para não variar, uma família americana, esteriotipada de pais divorciados, criança revoltada, novo marido, casa de madeira, relvado verde e restruturação familiar em tempo de crise. Também não convém esquecer que o pai de família, personagem principal da história, é um escritor semi-falhado que tenta avisar todos do cataclismo iminente. Não gozo na descrição, porque a história central parte e gira em torno disto, pelo que podia estar a descrever qualquer dos anteriores filmes de Emmerich, realizador Austríaco, que parece ter abraçado de alma e coração a nação americana de uma forma estranha: o patriotismo é exagerado e a concretizção nauseabunda. Enaltece-os para os dizimar; não só ao povo como aos seus monumentos. Já não podemos contar quantas maneiras foram empregues para destruir O Us Bank Tower, o Washington Monument e a pobre da Casa Branca(ver vídeo acima). Tudo isto para apontar o pior, ou menos louvável de 2012. Quando entramos na sala, sabemos perfeitamente para o que vamos, e nesse sentido não nos podemos achar desiludidos: 2012 dá-nos o que fomos procurar, porque para quem vê o trailer não vai ao engano. Explosões, personagens de cartão, cenas de uma americanada desconfortável, efeitos especiais de ponta: tudo aquilo que 250 milhões de dólares podem pagar, e que Roland Emmerich consegue misturar e cozinhar em duas horas e meia de filme. Dizer que isto não é cinema não é justo, porque se for um tema ou um formato que não nos fascine, então não vamos. Se formos do género que embora preferindo um filme mais intelectualmente desafiante, gostemos de ver um episódio de domingo à tarde, então 2012 não pode nem surpreende pela negativa, pois é o exemplo do género médio que representa.

Master Of Shadows

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Vale Tudo Menos Arrancar Olhos Neste Natal

Estamos a ser bombardeados com as campanhas publicitárias de supermercados mais surreais de que me lembro. Se há cerca de um mês o anúncio do Pingo Doce ficou famoso pelas piores razões, o Continente e especialmente o Modelo, estão agora a atacar da mesma forma. Atacar, sendo aqui, note-se a palavra de ordem. A Popota, figura de destaque do Natal das crianças do Modelo, este ano perdeu as estribeiras e pôs-se a dançar um wegue wegue com coreografia semi porno quase a pedir varão. O restyling não é novo, já tinha dançado Shakira, já tinha provocado o suficiente, até agora ter virado Poputa. A Leopoldina não é de se ficar, e também quis mudar, ams de forma mais radical. Passou de Avestruz para corpo de Lara Croft, a cara essa, permanece igual, não vão os miúdos achar que ela já não é a mesma. A poputa ao menos manteve-se fiel ao que sempre foi, a Leopoldina é que passou de avestruz com ar simpático, a cuidado-com-esta.

Se há uns anos todos cantavam alegremente "Bem vindos ao mundo encantado dos brinquedos onde há Reis, Princesas, Dragões...", agora não será de admirar que vejamos uma miúda a abanar o rabo a gritar "wegue wegue no Modelo é sempre a bombar, vamos lá Yo, é a loucura!" Por mais que achemos este anúncio de levar às lágrimas, é inevitável concluirmos que para o target talvez não seja o mais apropriado. Então sim, agora é caso para dizer que vale tudo menos arrancar olhos; se a campanha do Pingo Doce era involuntariamente hilariante, o Modelo agora está a preparar uma contra-campanha, para evr quem faz a pior publicidade. O próximo ataque do Modelo é ver a Popota vestida de Carlinhos na Baixa.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Publicidade Enganosa?

É impressionante o quanto um bom marketing consegue vender um produto por pior que seja. Todos estamos habituados a ver anúncios na rua, na televisão, em revistas e jornais, que nos chamam a atenção quer seja pelo mediatismo, quer pela eficiência (e em alguns casos, até ambos). Sendo o marketing, essencial e literalmente, um estudo de mercado, o objectivo final é o de vender ao público um determinado produto de forma eficaz e não distanciada, obviamente, desse objecto. A eficácia final seria dar ao público alvo exactamente aquilo que quer para que o proveito fosse mútuo.
Tudo isto a propósito de Surrogates - Os Substitutos, o mais recente veículo de Bruce Willis. A falta de originalidade patente no projecto faz com que se tenha que investir tudo o que se pode no marketing. A ideia de que as máquinas nos vão substituir cada vez mais, começando no mais trivial até àquele limite razoável, não é uma ideia nova, tão pouco é a ideia de perfeição inerente. O filme entra por aí e há pouco mais a descrever, porque pouco mais se passa; foi aqui que o valioso marketing atacou sem travão. Não sei se por consciente decisão dos produtores, que sabendo que tinham um produto mais do que medíocre nas mãos, resolveram apostar numa manobra de venda da maior qualidade; ou se essa mesma manobra pela qualidade ofusca o produto que vende. Engana-nos esta publicidade porque nos leva a crer que vamos ver algo de bastante melhor do que uma revisitação vulgar de um tema batido.
A mensagem, as questões, as dúvidas, a perfeição a dualidade Homem-máquina está mais presente em três posters do que em duas horas de filme.


Kayla

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Óscar Duo

Já se começa a preparar a próxima cerimónia dos Óscars e a busca para o próximo apresentador já começou. Desde que nesta última cerimónia se resolveu, e bem, dar uma cara lavada a uma cerimónia que já começava a acusar algum cansaço, há que manter esse mesmo registo. Como diz o ditado, em equipa que ganha não se mexe, os produtores já foram atrás de Hugh Jackman, apresentador da última cerimónia. Ao ter educadamente recusado o convite, e tendo Ben Stiller depois feito o mesmo, pergunta-se agora qual será o nome que se segue. Não será um, mas ao que tudo indica, dois. Fala-se de Steve Martin e Alec Baldwin a apresentarem conjuntamente, fenómeno que não acontecia desde 1929. Já que estão numa de trazer nomes antigos de volta, que tal convidarem Whoopi Goldberg, cujas duas cerimónias atraíram as mais elevadas audiências?

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