O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Como o Natal nos revela.


Não é de todo despropositado que fale sobre este assunto na antevéspera de Natal (se bem que o queria ter feito mais cedo).
Este ano o Banco Alimentar Contra a Fome, em Portugal e Itália, registou um aumento de donativos na ordem dos 17%. Há quem encha a boca para dizer que o ser humano em tempos de crise se torna egoísta e mau. Para quem apoia essa teoria, eis a prova do contrário.
Esta notícia pode não ser novidade para muitos, mas não é demais fazê-la circular, e lembrar a todos de que somos, de facto, capazes.

Outro vício de Música

Meus amigos, mais uma vez peço-lhes que não olhem para a imagem, e que ouçam com muita atenção. O filme de onde é tirada não interessa pra nada, é igual a tantos outros. A banda sonora, não por inteiro, destaca-se. Cada vez mais tenho seguido o trabalho de Craig Armstrong desde Moulin Rouge, passando por The Clearing, World Trade Center e especialmente por Elizabeth: The Golden Age. Se vos interessar, digam, que recomendo mais!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Dia de anos

Hoje faço

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

VOX POPULI, II: Gisela Dá Porrada

Vox Populi regressou para o regozijo dos milhares de seguidores que vibraram com a primeira parte desta rúbrica. Palavrões chovem, braços voam, nível instala-se. Não conheço quem não tenha adorado este vídeo; há até aqueles que fizeram de certas passagens o seu toque de mensagem. Não revelo nomes. Por agora, deliciem-se com o vídeo e com as palavras de todos os que me enviaram comentários.


"Vox Nobilis nº2: Beleza! Honestidade! Inocência! Palavras que ganham sentido quando se descreve a cena, a vida, a Gisela!"
Filipe Ravara


"Claramente que a Gisela é uma Senhora! Ela é a prova de que os livros da Paula Bobone têm imensa utilidade. Parabéns Gisela, concordo que, de facto, a Sandrinha é de um baixo nível tremendo.
É tão triste assistir a uma cena destas... Equiparo toda esta situação a:
Uma mosca que chama outra mosca de porca porque anda metida em cima do esterco."

Tomás Mesquitella

"Quem não viu tem que ver antes que a gisela desfaça a outra
Ficará para sempre a pergunta: "Será que vais ser capaz de dar 1 filho ao luís?" e a gisela não vai de modas e BATSEUU na cara da outra... ficou td REZISTADO...
" a Gisela puxou-me os cabelos para fora" (para aonde seria, pergunto eu) e a gisela diz "dou-te na cara e dou-te na tromba se for preciso". O grande mestre foi logo chamado para a liça, mas o micro aaaatingiu o que ela disse
Enfim, a Sandra remata com... "eu mato-a, eu esterrinco-a até à morte, eu mato-a... eu n desço ao nivel dela (pq ela é mt fina), mas se for preciso baixar ao nível dela eu ponho-a no hospital, ponho a gaja no hospital."
"Eu sou assim, eu sou assim, Santa paciência ela volta-me a dizer alguma coisa q eu n gosto e leva logo na tromba." " Entra a matar, desfaço-a, vai pro banco de SAN José" VIVA PORTUGAL"

Francisca Correa Nunes

"Para começar, quero dizer que não gosto do nome "Gisela". É feio! Acho que se fizéssemos uma estatística de quantas pessoas com o nome Gisela ou Soraia deram pó torto, teríamos um número, diria eu, vá lá 98%! Portanto, o vídeo a que acabámos de assistir é perfeitamente natural e até óbvio. Se a moça se chamasse Matilde, o máximo que aconteceria era ver uma cara feia e talvez um "tu és uma estúpida, vê lá se é preciso chamar o Jarbas!".
O repto está lançado: Mães e Pais deste Portugal, se quiserem ver pancadaria das antigas, comecem por escolher bem o nome dos vossos rebentos! Vocês sabem quem são!"

Pedro Lobo Xavier

O que dizer...? Muito bem escolhido Sr. Cid. Será difícil igualar a POPULIdade deste vídeo. O bater no fundo da televisão portuguesa.
A Marília e a “Caterina” cresceram. Amadureceram e tornaram-se mais refinadas. Mudaram de nome e tornaram-se na Gisela e na Sandra, respectivamente. Falam, discutem... Porém não se contentam com as palavras e partilham contacto. Adivinha-se um final trágico pois Sandra promete esterincar (?) Gisela até à morte. Será que Gisela vai ficar “alejada”?

Duarte Coutinho

OPTIMus


As palavras aqui não são precisas

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Carros, não o filme.

Carros. Deve haver gente tão mais capaz de falar sobre carros do que eu. Limito-me a gostar muito, mas a não perceber tanto como queria, daí forçar-me a, de vez em quando, ler uma Auto Hoje, Auto Foco, etc.

Quem me conhece, está farto de saber e ouvir falar que não há carro melhor que o meu, e não o trocava por nenhum: consequência lógica de ter a sorte de guiar o carro dos meus sonhos. Mas ainda pensando se tivesse que escolher, qual seria? Não sei, francamente. A razão pela qual digo que não trocava o meu é também por não haver nenhum dentro dos mesmos valores que me faça perder o sono.

Sempre tive uma panca por jipes, e agora uma fixação por SUV's, mas vendo agora que qualquer trophy-wife anda montada num Cayenne, que Q7's e X5's e X6's nascem do chão, numa cidade onde não há sítio para os meter, pergunto-me até que ponto é que será prático para mim ter um. Quando for maiorzinho, tiver a minha garagem e viver mais à larga, penso nisso!

Enquanto não me puder deliciar ao volante de um carro de luxo pequeno, assim tipo um Aston Martin Vanquish (1), Spyker c8 Laviolette (2), Lamborghini Reventon (3) Audi R8(4)...


...espalharei o terror por esse mundo fora em meu MINER!

sábado, 13 de dezembro de 2008

*Christmas* is all around, actually

Há um conjunto de filmes que toda a gente associa ao natal. Assim que chegamos a esta época, as televisões repetem pela milionésima vez filmes que com o natal pouco ou nada têm a ver.

Nunca a minha casa da Chamusca se vestiu de Natal tão tarde como este ano, mas já vai sendo tradição que quando tal acontece, o Love Actually está de alguma forma presente - ou o filme ou a banda sonora.
Deve haver muito pouca gente que ainda não o tenha visto: não por estar na tal fase de repetição à exaustão na televisão, mas porque é o filme de natal que precisamos. É uma história-mosaico, em que nos vemos de alguma forma representados. É o humor, é o ambiente, é a história e a mensagem que até o mais cínico se vê desafiado a criticar.

O quanto eu gosto deste filme não é segredo, mas se há quem dúvidas tenha, sugiro que veja este vídeo. Sei quem me vai criticar ou revirar os olhos por achar que este é um dos melhores aberturas de um filme, mas em apenas 1:12, Richard Curtis, com simplicidade, inteligência e sensibilidade conseguiu escrever e filmar o que muitos sabemos, mas não realizamos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Lucky - Jason Mraz & Colbie Caillat


Aqui está uma música que descobri e gostei bastante. Não é AQUELA coisa, mas antes que nos fartemos dela na telefonia, aqui deixo um "you heard it here first" (acho eu)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Família da Ilha Paraíso

Dois hectares de terra servem de nova casa a uma família alemã, que para cá escapou querendo criar um novo estilo de vida que leva o ser naturalista ao extremo. As crianças não vão à escola, os pais é que as ensinam; exercício físico só no trabalho, porque o desporto antagoniza as pessoas; as doenças curam-se por si só, por serem um processo de renovação do corpo humano, logo nem as crianças recebem acompanhamento médico; os alimentos não são cozinhados, porque o fogo mata a comida e se os animais comem desta maneira e não são loucos, nós tal devemos fazer, e deixaremos de o ser.

O patriarca da família é um ex guitarrista punk, que desenvolveu esta ideia de sociedade simplista, mas exigente após uma incursão quase fatal pelas drogas e pelo álcool, que só se viu curada com uma temporada entregue a si mesmo no meio da selva. Agora curado, não achou nada melhor que sujeitar toda a família ao estilo de vida que o salvou, acreditando que o pode salvar a eles também. Salvar, ao que parece, do que é ser igual a todos nós: não isolados, mas integrados numa sociedade pejada de diferenças, qualidades e defeitos que nos fizeram, afinal de contas, evoluir para o que somos hoje.

Num pequeno bocado de terra em que uma família cria as suas regras, orquestradas pelo isolamento (não total, pois não dispensam Internet e o telefone), há planos para a expansão: o patriarca quer aumentar o número de filhos de 5 para 20. O patriarca tem é que lidar com as eventuais baixas, uma vez que a matriarca fugiu para a Alemanha porque não aguentou a pressão.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Está tudo Speedado


Diz-se que um argumento para o Speed 3 corre por Hollywood. O primeiro teve boas "rodas" para andar, segundo é mau que dói, o terceiro não se imagina como pode funcionar. O esquema é sempre o mesmo, portanto, o que muda parece ser só o meio de transporte. Por isso venha de lá qual quiserem, não contem é comigo para gastar gasolina para ver a Sandra Bullock aos comandos de um avião, de um comboio ou de um triciclo imparáveis.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

5020, Salzburg, Österreich


Faz precisamente hoje dois anos que esta fotografia foi tirada. Estava em Salzburgo a viver há já três meses, o passear em grupo a seguir ao jantar já se tinha tornado um hábito e nem as temperaturas abaixo de zero nos impediam de manter a rotina. O saudosismo com que olho para trás e me faz rir cada vez que me lembro de cada dia naquele pequeno canto da europa tão meu, não me faz, nem por um segundo triste; antes com pena por não ter ficado mais tempo, pois seis meses para devorar tanta coisa, não chegam nem por sombras.
Por mais que as fotografias nos ajudem a recordar, a verdadeira memória está-nos gravada. Cada viagem, cada noite, cada experiência, cada amigo, cada riso, cada contratempo está lá para fazer desta experiência tão mais que um todo mas uma compilação de cada coisa, tão grande na sua pequenez.

Ein andere blick, ist in ein andere reise nach die traum Stadt Salzburg war.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

( )

"São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo cegou-nos, o medo nos fará continuar cegos."
São palavras de um autor que não prezo, quer pela escrita, quer pelas ideologias ou crenças. Mas o que diz neste excerto diz muito.
Será que precisamos de um evento marcante para nos apercebermos de uma nossa realidade ou característica? Chamemos-lhe "traço". É o traço intrínseco a todos nós, ou alimentamo-lo? Por mais que não gostemos, ou evitemos embrenhar por pensamentos mais ou menos profundos, mais ou menos existencialistas, maçudos, preguiçosos mas todos eles inerentes, a verdade é que por vezes para lá somos levados. Toda a realidade pré e pós cegueira tem um momento comum: aquele que fez o estado de coisas alterar-se, momento esse cuja causa não interessa, mas cuja importância, essa sim, releva. Agiremos, ou teremos que agir dependentes apenas de um evento? Se sim, prova que a nossa característica de cegos não mais desaparecerá pois faltou-nos percepção, acção, fazendo de nós cobardes; por recearmos conhecer a verdade, ou por recearmos a consequência da aceitação da mesma. Se não, faz de nós seres corajosos e determinados.

Posta esta distinção, é inevitável vermo-nos colocar, ou tentar, pelo menos, numa delas. A verdade é que acho que o ser humano não encaixa verdadeira e realmente numa só, mas em ambas. Por mais destemido que o determinado seja, o medo está sempre presente, medo esse que por vezes veste a capa de senso ou racionalidade como lhe quisermos chamar. Mas ter medo é ser Humano, faz parte daquilo que nos define, daquilo que nos move.

Que obra é esta que me levou a um tão grande desvaire? "Ensaio Sobre a Cegueira", do Saramago. Quando perguntei a um amigo se já tinha visto o filme, respondeu-me com um "não vejo essas comunices!" Ri-me. Mas quando me sentei na sala de cinema para ver o filme, sabia para o que ia. Não me ia sentar num congresso comunista, para isso estaria no campo pequeno. Não ia ver uma comediazinha romântica ou um qualquer thriller no-brainer, para isso estava noura sala. Sabia que estava a pagar para me sentar num filme que não é fácil, para o qual me estava disposto a entregar, para pensar. Quem for disposto a não o fazer, então não vale a pena entrar. Quem vá para lá criticar a inverosimilhança da história ou dos eventos, está a atacar o filme, mas pelas razões erradas. A razão pela qual a mulher (sem nome, ela e qualquer dos outros) é imune ao contágio; ele não ter manifestações médicas; todos os infectados serem entregues a si próprios e sua convivência, é aqui o menor dos assuntos de debate, até porque esta não é uma história que seja verosímil. O que é, é o que lhe subjaz. A razão pela qual o filme está envolto em polémica prende-se por isso mesmo, o confronto com a nossa possibilidade de estarmos entregues aos nossos instintos animais, claro que a natureza gráfica das imagens e dos eventos não ajuda. Se formos bem a ver, este é o fio condutor da filmografia de Fernado Meirelles que nos tem dado filmes que cada um à sua maneira nos fazem pensar e falar. Foi assim com Cidade de Deus, O Fiel Jardineiro e agora com o Ensaio Sobre a Cegueira, todos eles por coincidência (ou talvez não) baseados em obras já publicadas.

Não vão ver. A menos que tal como eu, estejam dispostos a deixar-se pensar e debater sobre questões filosóficas, agora com um motivo: a cegueira do ser humano.