O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cenas a Rever, Parte II


Meet Joe Black - Conhece Joe Black? é um filme subvalorizado. O ponto de partida do filme parece estapafúrdio e destinado ao esquecimento. O que é verdade é que este é mais um daqueles filmes cuja reacções são extremas: ou se adora ou se detesta. Eu, adoro.
Martin Brest faz 3 horas de filme passarem a voar, num filme que de movimentado tem pouco, mas de mensagem tem muito.
A cena mais brutal, literalmente, acontece no início do filme. Depois de um pequeno-almoço improvável, as personagens principais tomam caminhos opostos olhando para trás desencontradamente. Antes de virar a esquina final, Claire Forlani olha para trás uma última vez; como não encontra o que quer, dobra a esquina. Brad Pitt tenta voltar para trás. Já não pôde.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Em Terra de Cego, Quem Tem Olho é Rei


Os meios de comunicação social acabaram de anunciar a morte de José Saramago. Num pequeno país como o nosso, em que as figuras de renome intrenacional são escassas, o desaparecimento do nosso único prémio Nobel vai ser amplamente noticiado. Pela polémica das suas obras e pelo extremismo das suas posições os mais variados comentários começam, desde já a surgir, não deixando de ser ouvidos alguns totalmente desnecessários.

O que me leva a escrever sobre a morte de Saramago não se prende com qualquer espécie de concordância com as suas posições nem pela sua ncessidade de polémica que parecia aumentar quantas mais fossem as reacções de protesto. Não concordo em nada com as posições políticas de Saramago, muito menos tolerava a forma detractora e arrogante como atacava aquilo com que não concordava e de que não fazia parte. Não gosto dos livros que escreveu que fui forçado a ler, nem daqueles que tentei e desisti. Com a excepção d' O Ensaio Sobre a Cegueira. Admito que não o li de forma contínua, mas a metáfora criada pelo autor é soberba e a escrita, a espaços quase imperceptível, só aprofunda a confusão e o pânico dos personagens desta história. A empatia que tinha por Saramago fica-se por aqui.

Sacrifice

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Vi pela primeira vez este vídeo no ginásio, sem som. Fiquei imediatamente estático a olhar para a sua simplicidade e surpreendente eficácia. Memorizei que era da nova música dos Temper Trap, chamada Love Lost. Felizmente, a música é do mesmo calibre do videoclip.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Empate Não Anunciado


Num dia em que previsivelmente o país iria parar, a antecipação foi crescendo um pouco por todo o lado até que em plena tarde de verão, as ruas esvaziaram-se para ver o primeiro jogo de Portugal neste Mundial de 2010. Aquele que seria um adversário fácil não permitiu que dessemos o primeiro passo de confiança e embasbacou todos os que tinham já como certa a vitória de Portugal. Face a este pouco auspicioso começo, o jogo contra o Brasil parece não só mais importante como previsivelmente perdido.

Aqueles que, como eu, não puderam ver o jogo e apenas segui-lo pelos relatos, quase não conseguiam ouvir outra coisa senão as irritantes vuvuzelas que de repente tornaram-se omnipresentess, mas não por isso mais suportáveis. As actualizações que os sites de informação generalista iam fazendo roçavam o ridículo e o obsessivo como se se contasse já com a vitória anunciada. Vitória que não chegou. Agora, o I Gotta Feeling vai piar bais baixinho (Portugal agradece) e a euforia irá abrandar (os superscticiosos agradecem também).

Swimming

domingo, 13 de junho de 2010

Cristiano Ronaldo, o Poeta

“Não estou nada preocupado. Os golos são o como ketchup: quando aparecem, é tudo de uma vez”.
Por esta não esperava

Kiwi

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A vontade não falta e as intenções são as melhores, mas a razão de ter escrito tão pouco nos últimos tempos não teve - infelizmente - a ver com uma ausência física que me impossibilitasse de vir ao blog, mas com razões de outra ordem.

Além do que venho comentando de cinema, as coisas que achava que podia partilhar, transformavam-se em textos dos quais desistia por falta de entusiasmo. Publicar vídeos sem os comentar ou explicar a sua razão de ser não me fazia sentido, porque seria um pretexto preguiçoso de manter o blog activo - não querendo com isto dizer que, mais cedo ou mais tarde, o venha a fazer; mas por agora, ou até agora não me fez sentido.

Quis, ao contornar essa ideia, começar com o vídeo de um dos excertos dessa grande obra-prima do cinema, Beleza Americana, que é uma das cenas pesadas, filosófico-existencialistas chamem-lhe, que mais gosto. Depois pensei: se acho necessário escrever críticas aos filmes que vou vendo, porque não evocar os que já vi, através de cenas que os representem, mas não substituem, de forma a reviver momentos que me disseram tanto. Com sorte, e repetindo o meu lema do título, muitos mais gostarão.

Não nego que tenho vontade e intenção de tornar mais diversos os assuntos de que escrevo, mas não os vou forçar. Apenas deixa-los surgir, quando ache que justifique. Até lá, vou chagar a paciência, com a humilde admiração ao cinema, a rendição absoluta à música e a vontade de pôr em palavras, imgens ou sons aquilo que vai marcando a minha e a nossa actualidade.

Einstein's Wrong

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cenas a Rever, Parte I


Não posso repetir vezes demais o quão superior é Beleza Americana.
Em 1999, Alan Ball e Sam Mendes (respectivamente) escreveram e filmaram uma dramática, precisa e sobera sátira não só ao povo americano, como ao ser humano. A premissa é vaga e aparentemente simples, o resultado é um filme profundo, perene e pesado que tem nesta cena um dos seus mais característicos momentos.