O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fák Yu áll Démokrratz

O Governador da Califórnia, antigo Conan e Exterminador tem uma nova forma de se dirigir aos inimigos. É que agora, num despacho de resposta a um membro da assembleia geral, Schwarzenegger juntou, subtilmente as palavras "fuck you" na vertical, como primeiras letras de cada linha. Claro que face a isto, cada um reage à sua maneira: uns acham que seja propositado, outros, como logicamente o staff do Governador, uma estranha coincidência. Claro que foi uma coincidência; que tinha a probabilidade de 8 mil milhões para uma de acontecer (conclusão das contas do jornal The Independent)!

Charlie Wilson´s War

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Armados com Facebook é Doce.

Não relacionadas com cinema, esta semana li algumas das notícias mais estranhas dos últimos tempos. Cada uma delas estranha e polémica à sua maneira, não deixam de fazer parte daqueles fenómenos que esporadicamente surgem e nos põem a falar.

No Domingo, foi detido em Covas do Barroso o padre Fernando Guerra por supeitas de posse ilegal e tráfico de armas. A detenção foi feita no final da missa, esperando a GNR que o pároco se desparamentasse, para proceder às buscas. Este incidente foi amplamente noticiado, mas devo dizer que o que mais gostei foi o do "i" de terça-feira que noticiava sob o genial título de "O Crime do Padre Armado". Não faltam citações dos locais, que oportunamente desconfiavam há muito tempo, e que sabem que, mais cedo ou mais tarde, o padre voltará.."A população vai aceitar o regresso, vai. É tão natural como a sede. Todos lhe têm medo"... pudera não, há quem não tenha medo agora de não dar no ofertório?

O facebook parece ser obsessão global, melhor companhia de quem trabalha, e óptimo passatempo daqueles que estão mais livres. Grupos surgem ao pontapé com os mais variados temas, grupos de causas e ódios formam-se e há quem obsessivamente cresça nos Mafia Wars e Farmvilles. Parece que agora temos também uma outra boa nova.. A eleição da Miss e Mister facebook 2009! A Miss está escolhida e é portuguesa! Tarefa que a 'obriga' a passar três horas por dia ao computador para dar conta das suas responsabilidades! Mais, há a probabilidade de o Mister ser também português através de sondagens recentes! Qualquer dia temos a Mónica Marques ao lado do Cristiano Ronaldo no Madame Tussaud.

Finalmente o que mais temos visto e especialmente ouvido(!) ultimamente é a nova campanha do Pingo Doce. O anúncio, invulgarmente comprido, e a música assustadoramente ridícula, da-nos que pensar. Foi de propósito, ou é involuntariamente cómico? A propósito deste anúncio, Bruno Nogueira falou na TSF e fez um comentário, no seu habitual modo sarcástico e incisivo que não deixa escapar nada. Cruzamento de histórias: já há no facebook um grupo de gente "que não grama o anúncio", assim como um quizz para saber que cliché do Pingo Doce és tu? Sabe bem gostar tão pouco...

Trial By Fire

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Jar Jar Cameron, o Avatar de James

James Cameron está de bico calado há 12 anos desde que fez Titanic, tudo porque tem estado em preparação para o seu próximo filme, este Avatar, que se prevê revolucionário em termos de efeitos visuais. Da história em si pouco se sabe, mas do que nos foi dado a ver, parece que Cameron foi possuído pelo mesmo espírito que fez descambar George Lucas na Ameaça Fantasma de Star Wars. Tudo aqui é digital, e para um hype tão grande, a previsão não é a melhor. Esperemos que nos engane.

sábado, 24 de outubro de 2009

Mr & Mrs Duplicity


É inevitável, ao sabermos da premissa deste filme, não fazermos paralelismos com o primeiro date de Brad Pitt e Angelina Jolie, há quatro anos atrás em Mr. & Mrs. Smith. Onde ali o produto estava mais virado para a pipoca, o barulho e a diversão, aqui está mais virado para a selectividade, o raciocínio e o gozo intelectual. Esclarecido fique que não se deve nunca considerar estes como produtos rivais, porque apesar das aparentes e numerosas semelhanças, igualmente variados são os pequenos detalhes que muito os afastam.

Numa narrativa a transbordar de flashbacks, somos apresentados a Claire Stenwick e Ray Koval, a trabalhar para companhias rivais, que parecem partilhar muito mais do que um passado como agentes secretos. Todos se têm em extrema boa conta, assim como não substimam ninguém; a falta de confiança alheia é algo que está sempre presente, porque como sensatos que são, sabem que podem ser vítimas de algo que eles próprios são capazes de fazer. A maneira como a história nos é contada está nas hábeis mãos de Tony Gilroy que só nos deixa saber aquilo que ele quer que saibamos. Intrigas e reviravoltas a mais podem jogar contra mas também a favor; acho que é tudo uma questão de coerência e de habilidade. Fôra a história desprovida destas reviravoltas em excesso, ser-nos-ia mais fácil descobrir o que não tínhamos (ainda) que saber.

Tony Gilroy tem sido um caso de sucesso, tendo como mais marcantes os seus argumentos para toda a saga de Jason Bourne, O Advogado do Diabo e mais recentemente o seu definitivo salto em Michael Clayton, pelo qual conseguiu uma nomeação ao Óscar de Melhor Realizador. Contidamente deu-nos provas de que os seus trabalhos eram dignos de registo e com óbvias provas de qualidade. Nesta sua segunda incursão pela realização, Gilroy não se afasta do género no qual se mostra à vontade, dando-nos personagens fortes e decidas, porém atípicas que quer num registo mais dramático ou comédico comunicam através de fortes e inteligentes diálogos que as caracterizam e destacam. O que Duplicity tem de bom, é que os ingredientes para que fosse esquecido ou rebaixado estavam lá, mas foram contornados. Regressámos aos antigos capper-movies dos anos 50-60 com espiões que querem enganar tudo e todos. Sabe bem ver que quando as coisas são bem pensadas e inteligentemente executadas, os revivalismos são mais que bem vindos.

Tully's Letter

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Os Informadores são Uns Infames.

Está nas salas o novo filme do representante por excelência da Geração X, Brett Easton Ellis, Os Informadores. Fiel ao seu estilo e à sua corrente, esta é mais uma história ambientada nos anos 80, em que a futilidade, as drogas, e a vanidade dominam. Muito ao estilo do superior American Psycho, esta incurssão entra pelos meandros de uma sociedade endinheirada e amoral, que se move à beira do abismo.

Contrariamente ao que sucedeu com American Psycho, a adaptação aqui não correu tão bem. Corrijo, não correu bem de todo. American Psycho é um filme genial, equilibrado, bem conduzido e concretizado; este Os Informadores peca por ser um mais do mesmo, sem os mesmos recursos, o mesmo orçamento, o mesmo dinheiro. O facto de a história, ou histórias que lhe servem de base serem desprovidas de interesse, não parece ajudar à festa. Nunca nos sentimos verdadeiramente embrenhados, nem agarrados ao filme, porque se por um lado a história nos perde dentro da simplicidade, os seus personagens afastam-nos pela falta de interesse. Não há um mobil, um interesse ou uma característica marcante; há uma sucessão de acontecimentos triviais dentro da anormalidade, e um conjunto de detalhes que, pensaria qualquer um, estariam lá para uma razão mas não.

Mostraram-nos vários flmes com núcleos diversos, e histórias paralelas, que a convergência para um acontecimento final, é não só recomendável, como necessária, mas só quando fôr bem feita (ver Magnolia de Paul Thomas Anderson). Ao fim de 90 minutos (curta duração para um filme normal, mais ainda para um pretensiosamente complexo) parece-nos que passaram 3 horas. Uma coisa há que fazer justiça, se o objectivo do filme é criar no espectador um sentimento de alienação, despreocupação e raiva, como se quer fazer acreditar que sejam as características das personagens, então missão cumprida. Se, por outro lado, o objectivo era o de nos fazer passar uma mensagem (seja ela qual fôr) um moralismo, ou uma crítica social, então tanto pior.

Walking On Sunshine

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Enxurrado para Casa

O tempo parece não se decidir. Confrontados com isso, saímos todos de casa e chegamos ao destino com um ar deslavado e desgrenhado; a chuva lava a cidade, mas parece deslavar-nos. Apesar disso gosto de chuva. Não me vejo a viver num ambiente soturno que vive permanentemente num clima de chuva ininterrupta, mas estes dias que hoje começam fazem-me relembrar o quanto já tinha saudades e o quanto realmente gosto deles. Não acredito, mesmo, que seja o único a pensar assim. Por adorar uns bons dias de chuva, não significa, forçosamente, que os prefira. Nada melhor que dias de sol, com calor para neles fazer o que se queira; mas enquanto que esses dias, logicamente, nos obrigam a sair de casa, estes forçam-nos a ficar, o que não é nem pode ser mau. Muitos de nós podemos ter a sorte de em casa nos sentirmos bem, seja sozinho, seja acompanhado para gozar (ainda que inconscientemente) da casa onde vivemos e onde nos afeiçoamos. Quanto ao que me diz respeito, sim gosto deste tempo.

Kissing In The Rain

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bela Guerra

James Newton Howard - War

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Not Falcons Millenium, but Larsson's

Pouco depois de Stieg Larsson entregar à sua editora o terceiro volume da trilogia Millenium, morreu subitamente sem saber o êxito que teria a sua obra. Não tardou a adaptação cinematográfica desta, que agora está a dar um novo impulso à história. Este primeiro capítulo da história, agora adaptado ao cinema, (Män som hatar kvinnor) O Homem Que Odiava As Mulheres, centra-se na peronagem de Mickael Blomkvist, jornalista sueco que é contratado por um magnata para que investigue a morte de uma sua sobrinha, sucedida há 40 anos, e que até ao presente continuava um mistério. O que torna este primeiro capítulo interessante é um regresso ao bom velho género do whodunnit, mas dentro de uma família. O crime só pode ter sido cometido por um dos membros da vasta família; resta agora saber quem e porquê passadas quatro décadas. As duas horas e meias, e o ser falado em sueco, pode e será, sem dúvida um entrave ao grande público. É simultâneamente bom e mau que assim seja. Bom porque o que arruinou a grande parte das adaptações de obras de culto (falo logicamente das americanas) foi a adesão em massas, que provoca uma facilidade em florear, o que não deve ser floreado, reduzir ou cortar o relevante e banalizar o peculiar. Mau porque a probabilidade de, apesar do seu fenómeno de culto, o filme passar despercebido é grande.
As quase três horas de duração acabam por ser uma necessidade, a história não poderia ser contada de outra maneira. Se certos detalhes ou subplots fossem omitidos, retirava pujança á história e densidade às personagens. Aliás, uma duração de 158 minutos não é, de todo, um entrave a nada, quando a hstória é bem contada e tudo se desenvolve de forma fluída e natural.
Ficam-nos a faltar mais seis horas de história, nos dois filmes que aí virão. Resta é saber quando...

Warning Cry

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Maitêmjeito?

Por esta hora, poucos devem ter sido os que ainda não viram o vídeo que circula pela net de Maitê Proença a gozar com os Portugueses. O vídeo é de 2007, mas só agora é que estalou a polémica e a fúria. Em 5 minutos, goza abertamente com Sintra, Salazar, com os Jerónimos, e passa-nos um atestado de estupidez com um ar de superioridade e desdém revoltantes. Acho que não é preciso ser-se extremamente patriota para não ficar revoltado ao ver o vídeo. Todos já sabíamos que somos o alvo das anedotas de lá, que a língua que falam é o "brasileiro", que a nossa história e cultura (que lhes serve de génese) lhes é desconhecida; ainda assim, nada nos faria esperar um vídeo tão publicamente escarnoso, tão pouco o podemos encarar como mais uma anedota. O caso é grave. Durante dois anos até à sua ressurreição pelo Youtube, o vídeo por aí andou sem que nenhum feedback tivesse passado do lado de lá do oceano - como interpretar isso senão como um fait-diver? O que se passa no vídeo é indescritível, a reacção das apresentadoras do programa vai pelo mesmo caminho; embarca tudo no mesmo gozo, na mesma falta de profissionalismo e abundante estupidez como a peça em si.
Face a toda esta polémica, surgiram abaixo-assinados online para que a actriz fizesse um formal pedido de desculpas. A minha pergunta é, porquê? Um pedido de desculpas forçado tira-lhe o mérito, além de que aqui nunca o teria - foi um vídeo pensado, aprovado e divulgado.

Confrontada com esta situação, tem a destreza mental para dizer que os livros que escreve vendem muito bem "lá na terrinha" e que "é chato o pessoal que não sabe lidar bem com o humor". Isto não é humor, é estupidez e decadência a toda a prova. Se não sabíamos, ficamos a saber, o cair em desgraça tem destas coisas: envergonhar-se em actos públicos, e defender-se ainda se enterrando mais. É caso para dizer que trouxe a pá, cavou o buraco, tapou-se e lá ficou, tudo sozinha, sem ajuda. Vale a pena desenterrar?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Karma da Estrutura da Repetição

O mundo continua a precisar de comédias românticas. A falta de originalidade é patente e já foi aqui largamente discutida, mas cumpre saber se devemos ou não considerar isso um defeito, ou uma obrigatoriedade. Por mais exigente que o espectador seja, o que é facto é que a originalidade que muitos procuram e exigem, esgota-se - e isto vale para qualquer género de cinema. O objectivo desta crítica não é tanto a de defender a extinção desse género denominado comédias românticas, mas antes mostrar o porquê da minha falta, cada vez maior, de apatia por este tipo de cinema.

Aos romanticos incuráveis não lhes basta sê-lo apenas no dia-a-dia, em atitudes, julgamentos ou acções; precisam também de uma dose de romantismo ficcionado e exagerado que procuram em livros, filmes, séries ou novelas. O facto de não partilharmos os mesmos gostos, não pode necessariamente defenir-nos como cínicos, só não precisamos daquela dose de açúcar que até para os não diabéticos é demais. Tudo isto, porque ontem, e ao engano, caí numa dessas. Uma pequena coisa chamada The Accidental Husband - Marido Por Acidente. Se a exposição até agora ou o título, por si só, não foram suficientes para dar a entender o que temos em mãos, fiquem só sabendo que tudo gira à volta de um bombeiro que resolve arruinar a vida da bem sucedida locutora de um programa de rádio que acabou com a sua relação. Não é preciso ser propriamente óraculo para adivinhar o fim, nem o resto do enredo que nesta frase não descrevi. A linearidade, a curta duração, as personagens secundárias funcionais e a música de comédiazeca divertida estão todas lá, mas se às vezes podem resultar num produto mais ou menos sofrível, aqui torna-se doloroso. Até que ponto é que é exigível que as comédias romãnticas sigam sempre o mesmo esquema? Quão diferente para o espectador pode ser uma mulher bem sucedida dividida entre o namorado bem sucedido e alguém que começa por odiar, mas com quem acaba por ficar? Não levem a mal se acharem que revelei mais do que devia sobre o Marido Acidental, mas como escrever este post sem o fazer inadvertidamente? Atenção, tal como comecei por explicar acima, não é só este género que é vítima deste mal, acaba por ser a indústria em geral, por a crise de ideias ser mais do que consequente e expectável; consequência disso são as repetições de ideias, revisitações de fórmulas ou mesmo reinvenção das mesmas. Seja como fôr, para quem não se importa com isso, descansem, há happily ever after por muitos e bons anos.

James Newton Howard Suite

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

McBilly

Até recentemente, o Big Mac não era só o menu mais pedido no McDonalds, era também uma referência para comparar o poder de compra em cada país. Se este facto parece estranho, não menos é o novo herdeiro desse indicador: a estante Billy do Ikea.
Através do índice Big Mac, lançado em 1986 pela revista The Economist, Hong Kong era das cidades mais baratas, sendo Zurique, das mais caras (Oslo é a mais cara).
Rídicula achamos esta notícia quando é sugerida uma estante de que nunca ninguém ouviu falar para aferir o poder de compra em cada país, mas se o IKEA é o McDonalds da indústria do mobiliário, não será assim tão descabido. Vamos lá todos marchar para Alfragide ver quanto nos custa uma Billy, ou até à próxima esquina ver a quanto está o Big Mac!