O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Os Informadores são Uns Infames.

Está nas salas o novo filme do representante por excelência da Geração X, Brett Easton Ellis, Os Informadores. Fiel ao seu estilo e à sua corrente, esta é mais uma história ambientada nos anos 80, em que a futilidade, as drogas, e a vanidade dominam. Muito ao estilo do superior American Psycho, esta incurssão entra pelos meandros de uma sociedade endinheirada e amoral, que se move à beira do abismo.

Contrariamente ao que sucedeu com American Psycho, a adaptação aqui não correu tão bem. Corrijo, não correu bem de todo. American Psycho é um filme genial, equilibrado, bem conduzido e concretizado; este Os Informadores peca por ser um mais do mesmo, sem os mesmos recursos, o mesmo orçamento, o mesmo dinheiro. O facto de a história, ou histórias que lhe servem de base serem desprovidas de interesse, não parece ajudar à festa. Nunca nos sentimos verdadeiramente embrenhados, nem agarrados ao filme, porque se por um lado a história nos perde dentro da simplicidade, os seus personagens afastam-nos pela falta de interesse. Não há um mobil, um interesse ou uma característica marcante; há uma sucessão de acontecimentos triviais dentro da anormalidade, e um conjunto de detalhes que, pensaria qualquer um, estariam lá para uma razão mas não.

Mostraram-nos vários flmes com núcleos diversos, e histórias paralelas, que a convergência para um acontecimento final, é não só recomendável, como necessária, mas só quando fôr bem feita (ver Magnolia de Paul Thomas Anderson). Ao fim de 90 minutos (curta duração para um filme normal, mais ainda para um pretensiosamente complexo) parece-nos que passaram 3 horas. Uma coisa há que fazer justiça, se o objectivo do filme é criar no espectador um sentimento de alienação, despreocupação e raiva, como se quer fazer acreditar que sejam as características das personagens, então missão cumprida. Se, por outro lado, o objectivo era o de nos fazer passar uma mensagem (seja ela qual fôr) um moralismo, ou uma crítica social, então tanto pior.

Walking On Sunshine

Sem comentários: