
Está nas salas o novo filme do representante por excelência da Geração X, Brett Easton Ellis,
Os Informadores. Fiel ao seu estilo e à sua corrente, esta é mais uma história ambientada nos anos 80, em que a futilidade, as drogas, e a vanidade dominam. Muito ao estilo do superior American Psycho, esta incurssão entra pelos meandros de uma sociedade endinheirada e amoral, que se move à beira do abismo.
Contrariamente ao que sucedeu com American Psycho, a adaptação aqui não correu tão bem. Corrijo, não correu bem de todo. American Psycho é um filme genial, equilibrado, bem conduzido e concretizado; este Os Informadores peca por ser um mais do mesmo, sem os mesmos recursos, o mesmo orçamento, o mesmo dinheiro. O facto de a história, ou histórias que lhe servem de base serem desprovidas de interesse, não parece ajudar à festa. Nunca nos sentimos verdadeiramente embrenhados, nem agarrados ao filme, porque se por um lado a história nos perde dentro da simplicidade, os seus personagens afastam-nos pela falta de interesse. Não há um mobil, um interesse ou uma característica marcante; há uma sucessão de acontecimentos triviais dentro da anormalidade, e um conjunto de detalhes que, pensaria qualquer um, estariam lá para uma razão mas não.
Mostraram-nos vários flmes com núcleos diversos, e histórias paralelas, que a convergência para um acontecimento final, é não só recomendável, como necessária, mas só quando fôr bem feita (
ver Magnolia de Paul Thomas Anderson). Ao fim de 90 minutos (curta duração para um filme normal, mais ainda para um pretensiosamente complexo) parece-nos que passaram 3 horas. Uma coisa há que fazer justiça, se o objectivo do filme é criar no espectador um sentimento de alienação, despreocupação e raiva, como se quer fazer acreditar que sejam as características das personagens, então missão cumprida. Se, por outro lado, o objectivo era o de nos fazer passar uma mensagem (seja ela qual fôr) um moralismo, ou uma crítica social, então tanto pior.
Walking On Sunshine