O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Incepção da Perfeição - Inception

Inception - A Origem é uma obra prima. Christopher Nolan faz aquilo que qualquer cineasta com uma temática inverosimil entre mãos deve fazer: cria um interesse generalizado na história que vai além da história central. Inception é não só um filme estilisticamente irrepereensível, como intelectualmente desafiador - a natureza dos sonhos, o poder de criação do subconsciente e o impacto que têm no universo real.
Para quem não viu o filme a descrição pode ser feita em poucas frases, ou mesmo em nenhuma. Esquematizar o enredo retira o próprio objectivo do filme, da mesma forma que saber o final de antemão não serve de nada, pois não há um elemento-chave que lhe retire o interesse. Inception aborda a natureza inexplicável dos sonhos, o elemento que por vezes nos distancia da percepção da realidade.
Antes de ser uma historia individualmente original e inovadora, não a podemos dissociar do contexto da obra de Nolan em que se insere. Tendo em mente que Nolan fez renascer o universo de Batman, não explicando aquela atmosfera, mas humanizando as personagens, dotando-as de sentimentos, raízes e motivações. Com Memento, Prestige e Inception, Nolan fez às personagens exactamente o mesmo criando-lhes um universo emocional próprio, autónomo da história em que se inserem.
O eficaz e interessante tema do passado, presente e futuro, embora omnipresente, não é usado como manobra cronológica na história; as personagens vivem no agora, ainda que paralelo. Se a ideia de "A Origem" foi concebida há dez anos, e desenvolvida desde então, só mostra a complexidade do tema e a quantidade de detalhe necessário. Não acho que demoraremos outros dez anos a arranjar uma explicação consensual para o filme, porque não a há. O cliffhanger em que Nolan nos deixa serve exactamente para isso: para ficarmos no mesmo ponto que estamos num sonho, um estado de dúvida permanente, com laivos de realidade e fantasia que, em doses variáveis, nos dá maior ou menor certeza.

Mombasa

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo em absoluto! Parabéns pelo blog.

Ab

/ch