
Os problemas legais de Polanski correram as bocas do mundos nos últimos anos, atingindo o seu pico com a detenção do realizador em Zurique, e a sua recentíssima libertação, que veio lançar mais achas a uma fogueira, de si só desmesuradamente ateada. Polémicas à parte, o que é complicado, não posso deixar de apontar que Ghost Writer foi um Óasis num deserto cinematográfico que não mostra muitos sinais de mudança. Temos saudades de um enredo que nos cative, de personagens que nos intriguem e de desenvolvimentos que nos obriguem a pensar ajudados por uma mise en scéne cada vez mais rara nos dias que correm, e um pulso firme na câmara, que Polanski mostra continuar a ter, não se deixando seduzir pelas maravilhas da tecnologia, apenas munindo-se delas para criar um filme esteticamente irrepreensível, para um conteúdo que exigia tal tratamento.
Temos pena que Pompeii, o afamado e pretensioso projecto de Polanski tenha sido posto na prateleira indefinidamente, mas se Ghost Writer foi a obra que nos deu em substituição, não podemos nem devemos ficar desiludidos,seja de que modo fôr.

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