
É certo que um filme deste género e com esta história não vai cativar quem não gosta de ficção científica. Mas, para todos nós que gostamos, o maior problema está em, à medida que o filme avança, conseguirmos decidir se a história é brilhante ou absurda. Com buracos narrativos descomunais e uma previsibilidade, às vezes, desconfortável, o que nos continua a agarrar é a curiosidade pela forma como as personagens chegarão ao destino previsto. Umas vezes mais que outras, elas acabam por fazê-lo exactamente da maneira que esperávamos, mas não nos importamos, porque ainda assim há mestria na forma como Niccol dirige o filme. Ajudado (e muito) por uma soberba banda sonora do mestre Craig Armstrong, este é um filme ao qual os simpatizantes do género, e que desconhecem o estilo de Niccol, poderão dar o benefício da dúvida. Quem conhece esse estilo, vai achar estranho como é que em todos os seus filmes, Niccol escolhe filmar sempre nos mesmos locais: a mesma cidade, as mesmas ruas, as mesmas pontes e uma fotografia a abusar sempre dos amarelos e dos verdes.
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