
Revisitar aquele enredo com a mesma equipa, foi amplamente falado; houve quem achasse que era uma óptima ideia (fãs ferrenhos e o próprio estúdio, prevendo já um novo retorno financeiro colossal) outros acharam que Gladiador é um filme perfeitamente autónomo sem qualquer necessidade sequelas ou prequelas.
Antes que fosse tomada um decisão definitiva, e quase 10 anos passados, Scott e Crowe voltaram a juntar-se (pela quarta vez) para abordar a já gasta lenda de Robin Hood, com os ingredientes e as manobras eficazes para produzir um filme que agradasse as massas. Questionabilidade da necessidade à parte, as intenções foram as melhores, as consequências não foram assim tão felizes. O problema que se avizinhava mais óbvio, foi o menos patente: a lenda não é nova, desconhecida, tão pouco não-abordada; o contributo de Scott é que se revelou o mais fraco. 15 minutos depois de começado o filme, já notamos que alguma coisa não está bem. Os personagens (salvo raras excepções, como Mark Strong e especialmente Eileen Atkins, estão a gritar por outro filme) estão perdidos, os diálogos desinteressam-nos, a química é inexistente e fio condutor da história vai perdendo-se com quebras de ritmo constantes, motivadas pela obsessão visual (essa bastante conseguida). Se esses problemas iam sendo suportáveis no princípio, quando chegamos ao último acto, o descalabro é total a história torna-se inconsequente e a verosimilhança desaparece.
Não é revoltante que tratem mal este material, é uma desilusão ver que quem o fez foi o mestre Ridley Scott, que da última vez que ingressou no género épico, foi com o desenxabido Reino dos Céus, filme que, por coincidência acaba, cronologicamente, quando este começa.
