O Dialecto está de cara lavada. Quer dizer, primeiro que tudo, não tem cara para lavar, tem uma imagem a renovar. Talvez não tenha passado tempo suficiente para justificar esta alteração, mas achei que, em todo o caso, o devia fazer. Fiel ao seu nome, e à minha missão, o dialecto continua a palrar as suas baboseiras, sujeitas e ansiosas de críticas, por crescer ser o mais importante. A linguagem é a mesma(não cedo ao acordo), os assuntos são os do costume, os leitores esperam-se ser os mesmos, e com sorte outros tantos que consiga entusiasmar.
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

The Timor Experience; Parte 2 - A Partida

Chegado o dia da antecipada partida, lá agarrei nas minhas tralhas e fui direito à minha próxima casa. Depois de uma muito rápida paragem em Paris, segui para Singapura, onde ficaria uma noite. Uma vez com 11 horas de escala pela frente, achámos por bem ir dar uma volta pela cidade, pois podíamos não voltar a ter esta oportunidade. De mapa na mão e esquecendo o cansaço acumulado, saímos do hotel perguntando a locais qual o melhor caminho para o centro, ou quais os sítios indispensáveis para visitar, já que só tínhamos essas 11 horas.
A primeira pessoa que nos ajudou, uma senhora que acabava de estacionar o carro em que trazia toda a família, imediatamente chamou o filho para dizer quais os sítios ideias para ir. Como percebeu que tínhamos pouco tempo para ter uma ideia da cidade, convidou-nos, primeiro, para jantar e depois convenceu o filho a fazer de cicerone, numa rápida mas completa excursão. Singapura é uma cidade como nunca tinha visto; de uma organização e civilização gritantes, em que o mais simples dos habitantes está disposto a ajudar. É pouco vulgar chegar a um sítio tão estrangeiro e imediatamente sentir uma empatia pelo local, pela arquitectura e pela originalidade de tudo o que nos rodeia. À falta de melhor palavra, Singapura é isso mesmo, uma cidade original.
Depois de uma visita guiada que durou até às 2 da manhã, tivemos que voltar ao hotel para dormir um par de horas, tomar um duche e preparar para mais 4 horas de voo direito ao destino final.
Se tive e tenho dificuldades em descrever, no seu todo, a rápida mas esmagadora impressão que tive da minha anterior paragem, não me sinto mais inspirado para descrever a última. Dili não foi o destino desejado se me fosse dada a escolha, tão pouco era um destino hipotético. Foi uma surpresa que obrigou a 3 semanas de mentalização até à partida. Aterrado no outro lado do mundo, a quase meio dia de distância de todos e tudo o que me é próximo, não podia estar numa apatia maior. Não obstante a enorme comunidade portuguesa, a diversidade de nacionalidades e uma cultura que ainda mostra muitos sinais da nossa influência, o encaixe num destino longínquo e tropical como este é (não redundantemente) estrangeiro.
Timor, na boca dos que já o viveram, é um país que constitui uma experiência de vida única, com uma energia e uma vida singulares que supera qualquer expectativa que se possa ter formulado. É uma experiência cuja energia e vida estou à espera de receber.

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