
Este mês, porém, a revista tardou em ser publicada; muitos, inevitavelmente pensaram, que tinha sido cancelada, ou então o atraso seria devido à cerimónia dos Óscares, que por razões de formatação, impressão e distribuição nunca é acompanhada no mesmo mês. Contrariando esse medo, as boas notícias chegaram: a revista não foi cancelada e a publicação tardia deveu-se, também, ao acompanhamento dos prémios da Academia.
Porém, essa razão não foi a única. Com um novo design, um novo alinhamento e uma nova equipa, este recomeço não descurou a paixão pelo Cinema. Estas são as boas notícias. As más, é que absolutamente nada estava errado com o formato antigo e, "entre secções que foram transformadas, outras que foram descontinuadas e outras que são inteiramente novas", nasceu uma revista que abdicou de tudo o que dava força à antiga edição e introduziu rúbricas que, não sendo desnecessárias, estão longe de superar ou mesmo compensar, as antigas.
Pelo que venho lendo, a opinião não é singular. Imagens desproporcionadamente grandes, textos comparativamente pequenos e vagos, poucas notícias, pouco entusiasmo. Acima de tudo, há aquela sensação de chegar ao fim da revista e perguntar "onde é que está o resto?". Sei que pode ser a minha década de habituação a um formato brilhante e internacionalmente harmonizado a falar, mas mesmo que se quisesse mudar ou refazer, então que se inovasse. O balanço final é exactamente o contrário.
Não perdendo, imagino, leitores, arrisca-se a que estes se sintam menos entusiasmados a correr para as bancas todos meses. Além do que noticiava e documentava, analisava com graça e inteligência, através de rúbricas bem pensadas e eficazes, a história, os factos e as notícias do cinema que todos os que compravam, adoravam.
Melhores dias virão, acredito, porque a expressão do público através da opinião ou da adesão, irá falar mais alto, para que ao menos a única publicação nacional concentre, como dantes o que mensalmente queremos e ansiamos ler.

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