
A abordagem de Paul Greengrass, proveniente de documentários de guerra, catapultado para a fama por ter dirigido os dois últimos capítulos da saga de Jason Bourne, foi fiel ao seu estilo contando a história de um tenente americano determinado a desmascarar um tráfico de influências, uma teia de mentiras e uma iminente insurgência. O facto de Greengrass trazer atrás grande parte da equipa com que trabalhou na saga de Bourne, é simultâneamente a maior força e a maior fraqueza do filme: o talento, o estilo e o ritmo são irrepreensíveis, mas a manutenção desse estilo faz-nos inevitavelmente concluir que Green Zone é um filme que não se aguenta sozinho. Parece, por um lado, a parte 4 da referida saga e, por outro, mais um no filão de filmes ambientados na guerra do Iraque, por não fugir aos traiçoeiros clichés do género, como por não trazer nada de novo. Para se abordar uma temática que não tem resolução definitiva, ou se propõe um desfecho utópico/hipotético, ou cai-se no mesmo lugar-comum que todos os outros já caíram.
Green Zone fazendo um pouco de ambos, não se esquiva, porém, do esquecimento em que vai cair; vale não tanto pelo conteúdo, mas pela forma como Greengrass o filma e nos cativa e, especialmente, ao som da frenética e soberba banda sonora de John Powell.

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